segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Zephyros

Diga com o que se parecem as nuvens?
Diga me como elas se parecem par você?

É difícil me encaixar em seus sonhos!
É difícil eu me encaixar em algum sonho!

Seja lá o que aconteça
quero ir pelo caminho mais longo
pelas brumas do entardecer
quero descer pelo buraco do coelho

Seja lá o que pode acontecer
quero ir além do arco-íris
pelas gramas de outras cores
quero embarcar em sua balsa

Diga como me aproximar de você!
Diga me como estar próximo de você agora!

As nuvens seguem seu destino
desaparecem a cada sopro de Zephyros
benfazejos deixados outrora
as nuvens seguem para desaparecer além...

Nossos destinos no céu de primavera!
Nossas linhas nas mãos contrárias do destino!

domingo, 21 de dezembro de 2014

Turbilhão fora daqui!

Por toda minha volta,
os passos são rápidos
os olhares são destraídos
e os sorrisos nunca não existem mais...
Por toda minha volta,
um mundo louco
de pessoas alienadas
cores sem emoção
e caminhos tortuosos...
Por toda minha volta
vizinhos desconhecidos
vendedores entristecidos
e os professores dopados!
Por todo meu redor
a indiferença
reina sol a sol
e não há o que fazer
para consertar isso...

Por todo meu redor
nada
e ninguém
escapará à sombra...

Por todo meu redor
as lágrimas caem
no chão
empoeirado de sonhos...

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Quebra-cabeça

Se todos soubessem o que carrego comigo
meus medos e segredos mais estranhos
o que eu teria para esconder ou revelar?
Quais mistérios seriam meus?
Qual seria meu papel na mesa do bar?

Se todos soubessem o que tenho na memória
nada seria como agora
eu não seria o cara mais estranho da roda
Quais mistérios estariam em meus olhos
Qual seria meu segredo mais interessante?

Meus sonhos diários
assustariam qualquer um
Meus pensamentos
seriam demasiados complexos
para qualquer um
E assim eu deixaria de ser quem sou
revelando-me a cada copo e cada cigarro

O que sou se mantém oculto
ou parcialmente camuflado sobre minha pele
O que digo são partes de um quebra-cabeça
fragmentos de mim...

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Além das máscaras

Inspire,
há muito mais debaixo dos arrepios
Inspire,
há muito mais atrás dos medos
Inspire,
há muito mais além das máscaras

Levante-se,
a caminhada é longa deste ponto
até o pé da colina
Levante-se,
não há mais tempo a perder

Inspire,
há mais cores além do arco-íris

Percorra seu caminho
o quanto antes
pois existe algo a mais
depois do entardecer...

Inspire,
há muito mais debaixo das lágrimas
Inspire,
há muito mais atrás dos transtornos
Inspire,
há muito mais além das outras faces

Inspire-se,
somos mais do que palavras ao vento...

domingo, 2 de novembro de 2014

Os passos irregulares

São pegadas pelas pedras da rua
o que eu vejo agora?
São marcas do solado em tinta
deixados por um desconhecido?

Os seus passos são irregulares
como se ébrio estivesse antes
Os seus passos parecem se perderem
nesta rua esquecida pelo tempo

Eu acompanho esses passos
como se não houvesse barreiras
Sigo em direção contrária
a que eu pretendia...

Eis que as marcas se tornam fracas
mas consigo acompanha-la
Até que os vestígios da vida
se apagam na beira do penhasco

Aquelas marcas seguiram para um fim
acabaram ou continuaram para baixo?
Aquela trilha foi direto para a morte
aquele homem não pretendia voltar!

sábado, 1 de novembro de 2014

Sem títulos ou alegrias

Houve um tempo em que
comemorávamos a cada dia
por algo simples
ou pela noite estrelada
Um tempo antigo
quando todos se conheciam
e se encontravam para brindar
Mas esse tempo se foi
com as velhas lembranças
e os velhos arrependimentos
O sol nasceu e a alvorada
foi esquecida em outro
par de dias...
Tantos outros se passaram
e o anoitecer
nunca mais foi o mesmo
Agora as coisas são diferentes
não existe reuniões em volta
da mesma fogueira
Os espaços entre os corpos
aumentaram exponencialmente
e a origem de tudo
foi perdida...
Não existe mais círculos
apenas arestas incompletas
para onde foram os sonhos?
para onde foram os outros?

As estações se sobrepõe
e as noites se intercalam
com dias iguais...


sábado, 25 de outubro de 2014

Celebração

Pessoas de todas as direções
seguindo por um mesmo caminho
A procura daquilo que as complete
ou apenas que as entendam
Pessoas de todas as cores
misturando-se em cores e música
Celebrando a vida positiva
de rostos pintados
Pessoas se deixando contagiar
pela harmonia e pelo ritmo
Elevando-se sem querer
esquecendo o mundo por alguns minutos

Pessoas de todos os generos
misturando-se em cores e música
Celebrando o Oriente em nossas terras
por um mundo mais completo

Cores pelo ar
Cores em nossa pele
A celebração acontece
Enquanto nos permitimos

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Enfant D'une Epoque

De sonhos espelhados
perdidos pelas tardes
de clima ameno
Estranhamente isolado
sem meios para se desenvolver
limitado aos livros empoeirados
Sem cor, sem música, sem ídolos

De sonhos espalhados
pelo chão do quarto
em folhas de caderno
e velhas revistas
Estranhamente recluso dos dias
com seus próprios
amigos imaginários
Sem jogos, sem gargalhadas, sem brigas

De sonhos estragados
esquecidos e para sempre perdidos
folhas que voaram ao vento

sábado, 18 de outubro de 2014

Boa Noite

O céu esta escuro agora
enquanto estou com os olhos abertos
deitado cobre o chão frio
do quarto
E você nunca saberá o que penso
você nunca ouvirá meu boa noite

Eu não acho que você
tenha alguma coisa a pensar sobre isso
mas eu queria realmente dizer adeus
Você nunca saberá o que acontece
debaixo das minhas veias
Você nunca saberá o que aconteceu
nesta quente fria de primavera

E você nunca saberá o que penso
você nunca ouvirá meu adeus

- a noite está calma
e meu pensamento trepida em caos
explosões de cores e sons
e você nunca ouvirá
você nunca entenderá meus sonhos -

Eu não vejo o tempo passar
Estou tentando dormir
mas não consigo com todos esses pensamentos
Estou tentando dormir
mas você nunca ouvirá meu adeus
você nunca ouvirá meu boa noite

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Ser-semente

De meu medo
as folhas
cresceram para a luz
e se trasformaram
de meu suor
da terra molhada
a vida surge
nas pétalas
de novas lotus
em tons de magenta
pela cinza vida
cotidiana...
Com outros olhos
vejo a esperança
num grão de areia
e num piscar de olhos
preenchem meu horizonte
do solo ao céu
do azul anterior
um feixe de luz suge
e nos atinge
com minhas folhas e flores
nos tornamos nós
sementes do amanhã...

Guerra I

Em sua lágrima o reflexo
de um mundo destruido
por sentimentos destorcidos
ou pela falta deles
Em sua lágrima
vejo tudo aquilo que lhe foi tirado
Nós somos apenas rastros...

Pela vidraça quebrada
vejo suas armas
vejo sua ira
eles se aproximam
próximos a nós eles explodem...

Pela vidraça quabrada
eu sinto o cheiro da morte chegando
sinto o calor dos nossos erros
eles se aproximam
com suas botas sujas de sangue

Pela vidraça
vejo suas armas
vejo sua ira
vejo seus olhos vermelhos
vejo sua ira
...

E nas lágrimas dos mais jovens
vejo o reflexo de uma vida acabada
não há futuro
não há continuação...

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Humanos

Tudo bem se não vivermos para sempre
o para sempre
não deve ser tão bom assim
Imagine só
a infinidade de mudanças
que acontecerão

Tudo bem se não morrermos de amor
morrer e viver
todos as estações do ano
deve cansar por demais
e não teria
tanta emoção sermos repetitivos

Tudo bem ser alguém normal hoje
com tantas diferenças
o normal
é o diferente deste dia
e od diferentes se tornaram
tão iguais entre si

Tudo bem se errar de vez em quando
pois humanos erram
assim como os velhos deuses
errar nos tornam
quem realmente somos
Humanos

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Visões no fundo da garrafa - Transmorfo 3

E o céu continua lá... brilhante...

E na terra os humanos
continuam...

Malucos! Se agredindo...
Malucos! Se culpando...
Malucos! Correndo pelo asfalto...

Eu vi um anjo no teto do quarto
e ele me pedia mais um gole
Eu vi a TV em estática
e sento o amor deitado sobre meus braços...

sem falar... sem falar... sem gritar...

eu vou pelo outro caminho
antes de todos acertarem
eu vou pelo outro caminho
de folhas secas do carvalho

Malucos! Se griatndo
cada um de um lado da rua...

Se eu sou noturno
eu não fujo do amor
Se eu estou no bar agora
é porque procuro outro brinde!!!

sem falar... sem falar... sem gritar...

Outro anjo no telhado!

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Luzes e outras canções da esquina - Transmorfo 2

Eu caminhei na areia
e não senti areia alguma!

Eu pisquei um olho
e os pássaros voaram alto demais...

Tão alto foi que cai para trás!

Eu caminhei sobre a ponte
e não havia reflexo meu sobre a água!

I really don't know!!!

Ouço as canções ecoando
da sala de estar eu corri... me perdi!

I really don't care!!!

Eco!!!

Eu caminhei sobre ovos e vidros
e eu não sei onde estão meus sonhos...

Suas mãos eu senti apertando meu dia
nada sobrou da noite anterior...

Foi no silêncio que pude ouvir
sua voz clarear meu caminho torto
e agora desconheço o modo de viver
anterior... do interior... estou a sonhar...

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Algo de errado com meu travesseiro - Transmorfo 1

Oi?
- Por que eu não consigo dormir!?
As crianças já se deitaram
Os carneiros já pularam
E eu aqui... não... não... não...
Eu não consigo dormir!!!

Eu me sinto...
O que aconteceu comigo?
vocês...
vocês...
vocês, não entendem...

Há algo de errado...
i know!!!

Apaguei as luzes
Apaguei os vaga-lumes
Fechei os livros
e guardei os medos...

Eu me sinto...
eu tentei de tudo
nenhum mantra funcionou!
Há algo de errado...
i know!!!

Eu não ouço meus pensamentos
eu sei que algo se quebrou dentro de mim...

what?!?!?!?!?!?

Quem me chama do outro lado
da canção de ninar?!
Ninguém...
Meu bem, eu sinto saudades
uma noite de sono...
sono...
sono...

Por que eu não consigo dormir!!!???

domingo, 5 de outubro de 2014

Apagão

Eu me rebelei
apaguei todos os arquivos da memória
Da parede retirei todos os quadros
apenas molduras restaram...
e pela janela joguei meus sonhos em papel

Eu me rebelei
e corri contra a multidão
Das prateleiras retirei as lembranças
apenas os erros ficaram...
e de tudo mais, apaguei com água e sabão

Eu me rebelei
e as provas contra mim foram queimadas!

Eu me rebelei
e você perdeu o show de fogos noturnos!



sábado, 4 de outubro de 2014

Corrida inútil

Tentando encontrar
aquilo que não se conhece
Correndo atrás daquilo
que está fora do seu alcance
Essa é sua vida noturna,
você não pode escapar disso
Esta jornada de dor e desespero
que se repete a cada noite

Temos criado
nossos próprio olhos noturnos
para vermos apenas
aquilo que queremos
não vivemos para nossos sonhos
estamos buscando
algo para nos completar

Poderíamos viver para sempre
mas isso parece um sonho absurdo
Neste momento o que importa
é manter o copo cheio

Quero adormecer mas
tudo me parece alto demais
minhas mãos sangram
como a de todo mundo
e ninguém pode me alcançar...

Tentando encontrar
aquilo que não se conhece


sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Continuação

Talvez eu esteja caindo
e lá embaixo não exista um chão
talvez eu esteja rápido demais
e não há o que me detenha
Talvez minha voz não exista
ainda que eu grite
e ninguém consiga me ver
isso não importa mais...

Não tenho sido bom o suficiente
para mim mesmo
Mas não me culpo por essa semivida
Tudo tende para o pior
e o futuro é apenas uma fantasia
Talvez eu esteja no mundo errado
e nada do que eu pense esteja certo
Quero apenas seguir para o fim...

Talvez eu esteja caindo
mas disso
não passarei
pois no chão
já me encontro há muito tempo...

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

As horas

As palavras que me fogem
nunca encontraram seus ouvidos
As vezes que fugi
e deixei de te encontrar
não voltarão a acontecer
E eu nunca saberei o que não foi dito

A poesia que deixei de escrever
enquanto as horas passaram frias
nunca será lida
e tuas lágrimas nunca cairão
Eu me perdi em uma noite solitária
e me afastei de todos...

O meu pensamento vagueia por
nuvens de outros pensamentos
tentando encontrar as respostas
Enquanto minhas horas diminuem
quero apenas me proteger
e lhe abraçar em silêncio hoje...

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Eu preciso dizer...

Quando a gente conversa
contando histórias secretas
nossos pecados ocultos em noites
de loucura e encontros...
Eu preciso dizer que eu te quero!

Quando a gente se perde
por dias sem nos falarmos
as lembranças não saem da cabeça
e eu até sonho com você
Eu preciso dizer que eu te quero!

Por vezes deixei escapar
uma indireta ou outra
por outras vezes um tanto
alcoólico foram diretas mesmo
Mas eu preciso dizer que eu te quero
antes que eu enlouqueça
nesta noite solitária...

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Cenário apocalíptico

As coisas acontecem
enquanto seguimos uma sacola plástica
voar pelos céus
Com olhos fixos, nos esquecemos de nós
e por instantes não existimos

Dizemos coisas que nos esquecemos
em seguida
Divagamos sobre aquilo que não sabemos
e quando somos questionados
Nem ao menos sabemos quem somos!

Você e eu costumávamos nos divertir
mas com toda essa crise
nos separamos
para melhor nos entendermos
A distância dói sem motivo...

Ultimamente temos vistos
a queda de muitos ditos fortes em outros tempos
e com eles velhos dogmas
E nós dois continuamos por aqui
assistindo de cima da casa

Temos visto as coisas acontecerem
de maneira tão rápida e errada
mas nada disso nos apetece
Continuaremos chorando
A cada lua crescente

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Ouvindo Roxi em minha mente

Roxi,
Porque me trancou dentro de casa
mais uma noite?
Roxi,
Você saiu e não levou seus documentos
Onde irei te achar tarde da noite?
Roxi,
Pela manhã disse que me amava
mas agora onde você está?

Estou com as mãos atadas
Sinto-me estranho, você me dopou?

Roxi,
Por onde vagas pelas noites
que desaparece de casa?
Roxi,
Todo aquele dinheiro que encontri
debaixo da cama, de onde vem?
Roxi
Você não esta sendo sincera!!!
Você não esta sendo verdadeira!!!

Estou com as mãos atadas
Sinto-me estranho, você me dopou?

Roxi,
O que esta acontecendo aqui?!

domingo, 21 de setembro de 2014

Outra noite estúpida

Tão cansado
esperando o momento certo
jogando cartas
pelo ar
ao meu redor
Estive por aqui
tempo demais para sonhar
perdi-me dos outros
e agora
não resta alternativas
que valham...

Tão cansado
das mesmas pessoas
olhando-me de modo diferente
sendo que elas são todas
iguais
em seus defeitos
Sou apenas
mais um
recostado
no canto escuro do club
Deixe-me outro cigarro

Tão cansado
para te ver chorar
por um amor maior
sem motivos para ser derrotada
Você será apenas mais uma
triste mulher
Não crie outra paranóia
já estou de saída
enquanto o sol domina o céu
Estou cansado de joguinhos
esta na hora de deixar o palco...

sábado, 20 de setembro de 2014

Belos monstros da madrugada

Quando o sol desaparece do céu
e o movimento da cidade cede lugar
para os perigos da noite
é geralmente nesse espaço de tempo
que eles saem de suas tumbas e
como quem não deve suas contas
eles invadem a cidade por diversão
Há anos acontece como um ritual
fogem de suas prisões domésticas
trazendo suas garrafas e cigarros...

Executam seus romances e suas fraquezas
Anjos e outros seres sob o luar torpe
Todos esses garoto e garotas
e criminosos da mente
com tattoos e lágrimas de esperança
trazem suas garrafas e cigarros...

Não há rumores ou desertores
eles realmente se entregam aos desejos
São belos monstros em sua maioria
Entorpecem-se por toda a noite
e acabam não encontrando o fim
nem a luz no fim do tunel...

Ás vezes as lágrimas se misturam
com as bebidas baratas e o sangue
Mas em todas as vezes
o que comanda é a vontade de gritar
um grande palavrão para a madrugada
Mas o acaso protege os malandros...

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Em busca do arco-íris

Gotas de solidão
e lágrimas de alegria
a chuva cai em meus olhos
misturando-se comigo
Minhas imagens refletidas
em uma poça qualquer
mostram-me o quanto
eu quero esquecer
de tudo isso e além...

Nada pode me acontecer agora
Nada pode me atingir sob a chuva

Mukunda Madhava Govinda Bol

O som das chuva sobre os telhados
chamam-me à vida (ainda que fracos)
Sou como um animal abandonado
nesta rua despreocupada com a tarde
Gotas de solidão
e lágrimas de alegria
nenhum arco-íris surgiu no horizonte
minhas preces não foram atenditas
tal qual as outras vezes

Nada pode me acontecer agora
Nada pode me atingir sob a chuva

Keshava Madhava Govinda Bol

Gotas de solidão
e lágrimas de alegria
Misturam-se sob os fracos raios de sol
e em meus olhos vejo as cores


segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Centro dos assuntos

Não estou me referindo a você
quando escrevo nos muros da cidade
Não estou falando de você
e penso ser justo te deixar de lado...

Não estou me referindo a você
então por favor não me ofenda
Alguém para gostar, é o que procuro
E este alguém não é você

Você sempre soube a verdade
Então por favor me esqueça
Eu não estou falando de você
quando cito ou conto uma história...

Não estou me referindo a você
quando desenho uma figura sem rosto
Não estou falando de você
quando falo ao teefone

Eu não estou falando de você
então por favor dê o fora daqui... 

domingo, 14 de setembro de 2014

Batalhas além dos olhos calados pela noite

Não há silêncio tão profundo
que não possa se desfazer em lágrimas

Ainda que eu enlouqueça
Batalho outras lutas dentro de minha cabeça
Posso parecer instável
Mas permaneço imóvel para os outros olhos
No fundo de todo poço se esconde a fagulha
de esperança como em uma sala de emergência
fria e dramática onde se pode dançar...
E tudo não passa de ilusão!
O tempo poderia parar e eu poderia ficar aqui
(eles nunca sentiriam minha falta)

Não há silêncio tão profundo
que não possa se desfazer em lágrimas

Ainda estou culpando a todos
por minha falta de coragem em encarar os fatos
Posso parecer assustado às vezes
Mas vejo cada dia como uma nova guerra
travada com meus demônios internos
E disso vocês nunca saberão!
E o quanto eu compreendo das coisas
vocês nunca saberão... de toda minha escuridão...
Não há o que me faça me reerguer...
(eles nunca sentirão minha falta)

A cada batalha
perco um pedaço de minha bondade

sábado, 13 de setembro de 2014

Outro sermão

Não conte para os outros
não deixe a porta aberta
estou me retirando dessa social
eu não preciso de outro sermão
Uma peça de mim foi destruída
e não preciso
estar incompleto agora
Não conte para os outros
ficarei ausente
feche a cortina e
esqueçam-me por algum tempo
Não será fácil
conseguir dormir
sem ao menos sonhar
Eu escuto as vozes
dentro de minha cabeça
e ás vezes penso em desistir
mas quando você me pergunta
como está sendo meu dia
eu caio sobre meus joelhos
Eu não preciso de outro sermão
Não conte para os outros
Apenas procuro por uma amizade certa
uma amizade com benefícios
Pode parecer estranho
(eu sou estranho agora)
Mas não conte para os outros
eu não preciso de outro sermão
a culpa é toda sua...

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Medicamentos

Eu não queria saber das coisas, mas me foram impostas
no dia do meu nascimento.
Já diziam os antigos que a ignorância é uma bênção
pelo fato de não acarretar novos problemas
desnecessários.
Essa escolha não me foi apresentada.
Desistir é uma e alternativa
ao turbilhão de informações que se acumulam
em minha mente frágil de alprazolam.
Não há quem me ajude.
Nesta noite sem nuvens no céu
vejo as estrelas sem a menor esperança
de um dia estar em paz.
Desistir sempre foi uma alternativa
que o conhecimento tratou de afastar...
De comprimido em comprimido
encontrei meu falso equilíbrio sob a chuva
e para trás deixei os dias de maior trevas...

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Eu não sei quem sou também...

Eu não sei seu nome
mas ainda te observo de longe
Eu não sei onde você mora
mas ainda espero você passar
Você já me notou?
Eu não sei por onde você anda
mas ainda te procuro
Eu não sei do que você gosta
mas ainda quero te presentear
Você já me notou?
Eu não sei de onde
você surgiu
mas apareceu em minha vida
e desde esse dia
você não sai
de meus pensamentos
Eu não sei teus sonhos
mas sei que você
aparece nos meus
Você já me notou?
Eu não sei sobre o futuro
mas ainda tenho esperanças
Eu não sei quando
te verei novamente
mas ainda estou esperando...

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Maré alta

A maré está alta nesta noite
e eu não sou de reparar
por esta lua que me observa
eu chamo pelo teu nome
Se até o mar se comunica
com o luar
porque você não a ouve
e surge para me acompanhar

A maré está alta nesta noite
e eu estou te esperando
deixe que a lua seja nossa guia
até que o dia amanheça
deixe que o mundo todo saiba
que nos perdemos...
porque as estrelas são testemunhas
que estou no limite da maré

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Coração de vidro

Um coração de vidro
em queda livre do sexto andar
até o chão da desilusão

Um coração de vidro
foi o que ganhei quando nasci
para suportar essa vida
Brilhante e enigmático
meu coração de vidro
protegido por escudos
e óculos escuros
Brilhante e enigmático
meu coração de vidro
escondido dos curiosos
e pintado de vermelho

Um coração de vidro
em que da livre do sexto andar
até o chão da desilusão

Um coração de vidro
tão frágil quanto as palavras
não suportaria essa vida
Confuso e ingênuo
meu coração de vidro
não é feito de diamante
nem se parece com cristal
Confuso e ingênuo
meu coração de vidro
mesmo oculto conheceu o amor
e se partiu por vontade própria

Meu coração de vidro
se jogou do sexto andar
tornou-se poeira no vento da noite..

domingo, 7 de setembro de 2014

Se eu tivesse um coração

Sinto em meu peito
os ecos de seu grito
por mais que eu tente me afastar
a força em sua voz é maior
maior do que eu
maior do que nós

Se eu tivesse um coração
iria te proteger
e te amar como nunca antes
se eu tivesse um coração
mataria por você
mataria por nós

Sinto em meus pulsos
o sangue escorrer
por mais que eu me proteja
a vontade de partir é maior
maior do que os sonhos
maior do que a fé

Se eu tivesse um coração
maior do que o medo
maior do que a sombra

Se eu tivesse um coração
eu te amaria
ainda que nos últimos minutos...

sábado, 6 de setembro de 2014

Encurralados sob cinzas...

Estou perdido
na profundeza dos olhos
de meu próprio reflexo
Este espelho todo quebrado
revela-me o que não
é possível de se ver...

(Cinzas caem em meu rosto
Histórias não são mais contadas
Não vejo uma saída no fim da rua!)
Estou perdido
correndo apressado
por essa cidade
Estas ruas imundas
não me agradam
mas me seguem...

Nada esta mudando
apesar de minhas preces
as bombas caem dos céus
sobre nossos ideais de vida
nossos pecados de mostram
claros debaixo dessa chuva
enquanto fechamos nossos olhos
quase tudo se destrói

(Cinzas caem em meu rosto
Histórias não são mais contadas
Não vejo uma saída no fim da rua!)

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Quinta

Siga-me até o fim da estrada
siga-me para o desconhecido
para aonde eu não previa
para outro lugar...
Siga-me para o quinta dimensão
siga-me até as estrelas
ou um lugar além
apenas siga-me cantando...
Siga-me agora
antes que seja tarde demais para nós
Siga-me hoje
antes que a tempestade nos alcance
Siga-me até o fim
desta maldita gravação ruim
Siga-me antes
que essa música termine
Siga-me
mesmo que nos perdamos no caminho
Siga-me
mesmo que tenhamos que voltar

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Tão só

Tão só que não me ouço
Tão só que não me encontro
Tão só que não consigo
continuar com esse filme

Tão só
que as noites
parecem eternas
no silêncio
desta vida
Tão só
que às vezes
penso que
fui esquecido
em outra dimensão
Tão só
que não tenho
forças para lutar
e a opção por desistir
parece-me aceitável

Tão só que não me vejo
Tão só que não aceito
Tão só que não consigo
aproximar-me de outros

Tão só
que os dias
parecem o mesmo
e as estrelas
já não me acompanham...

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Outras poltronas, mesmas tragédias

As horas passam...
e continuo observando minha sombra na parede
Os momentos de silêncio se intercalam com os
espasmos psicológicos de dores
Não há um só momento de positividade
minhas ações já não me fazer acrediitar
caminho por entre fantasmas
invólucros vazios de essência ou futuro...
Quando tudo isso terminará?
Minhas palavras já não fazem sentido
em meio aos sonhos com os mortos
das pessoas que passaram por mim
lembro-me apenas flashes de ocasiões

Os anos passam...
e ainda é o mesmo pensamento desde os anos 80
de que estou morrendo ainda em vida...
Mudam-se as poltronas
enquanto continuo preso em minha covardia
de alterar o rumo traçado da minha torpe vida
Enevoado o caminho a minha frente
sempre guarda o melhor e o pior para mim
Estou sobrecarregado de ilusões e falsas esperanças
Provavelmente se eu me jogar no desfiladeiro
as coisas continuarão sem sentido algum
então meus sentimentos e minhas sensibilidades
destroem-me mais um pouco hoje...  


terça-feira, 2 de setembro de 2014

Segundo dia de sombras

As amarras que me detêm são invisíveis aos olhos torpes
É preciso ter abandonado os medos para entender
As revoltas que prendo dentro de minha garganta
Não são meros caprichos de um visionário iludido

Essas falas suaves e olhares condescendentes
não irão curar as feridas
estampadas no cerne da sociedade
Suas promessas de liberdade e essa
total alienação no País das Maravilhas
lhe farão despencar do precipício mais alto

Não estamos em momento de plena aceitação
dos erros alheios como se fossem erros momentâneos
Precisamos estancar o sangue que escorre dos olhos
com medidas extremas de contenção...

Sinto-me afundando em areia movediça de mentiras
estamos nos permitindo ser destruidos
estamos nos permitindo ser derrotados

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

1º de Setembro - Sobre os Rótulos

Procuro por pessoas que não me dão sono
pessoas que querem olhar as estrelas de olhos fechados
Procuro por pessoas que
saiam de casa ao despertar com pássaros e só
retornam a ela dois dias depois para se banhar
e trocar o jeans sujo...
Procuro por pessoas que gostem de ler livros
e ler fotografias e sorrisos no escuro...
Quero sair com pessoas que não tenham relógios
e que se esquecem dos problemas do outro dia
Procuro pessoas que brindam à noite
apenas por ela existir entre os dias
Procuro aquelas pessoas que você só encontra
nos piores lugares de uma cidade
- não as pessoas ruins, mas as pessoas loucas -
Quero sair com pessoas que saibam falar
outros idiomas, mesmo que seja por embriaguez
Quero conhecer pessoas que queiram conhecer
outras pessoas e outros lugares e outras noites...
Procuro por pessoas que não procuram por mim
mesmo porque o interessante
é a surpresa que a vida nos reserva...


domingo, 31 de agosto de 2014

Tudo Flui

Você consegue sentir a vida fluindo hoje?

A música ecoa por nossa pele encharcada
pela chuva das estações
nesta tarde fascinante de primavera

Você consegue ouvir?
O som dos animais em harmonia
Você consegue ver?
Todas as cores irradiadas do sol
Você consegue sentir?
Nossa vibração em sintonia com o solo

A dança continua a nos guiar
pela aldeia sagrada de Gaia
a energia circula na roda do tempo

Livres como o vento
você consegue sentir?
Selvagens como as árvores
você consegue ver?
Nossos corações em compasso
você consegue ouvir?

Você consegue sentir a vida fluindo hoje?

sábado, 30 de agosto de 2014

Muros apagados

Do meu destino escrito no chapisco
do velho muro do terreno ao lado
apagado pelas chuvas de verão
poucas palavras sobraram...

O nosso caminho
a gente inventa a cada esquina
sem se preocupar até onde
podemos chegar nesta tarde

O que de fato esta valendo hoje
são nossas escolhas
feitas de olhos abertos
sem freios e sem papéis...

Não vamos olhar ao redor
nos limitar e nos cercar de muros
vamos correr pelas ruas
e esquecer quem fomos ontem

Vamos cantar enquanto ainda podemos
 nos lembrar das canções
que outrora estavam
escritas a carvão no velho muro

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Questão...

Eu queria entender
o porquê
de você fugir...

Você me viu de longe
e logo fez ser visto
aproximou-se
e me cativou rápido

Então por que se afastou
depois?

Eu queria entender
qual foi
meu erro...

Você prometeu
e eu não soube me conter
você se assustou
e eu perdi

Então por que
não consigo
superar...

A questão é
onde chegaremos
assim?

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Último voo da Monarca

Cheguei em um trecho da jornada
em que não há como retornar,
olho a minha volta e
não reconheço esse caminho...
O céu me parece estranho até,
não há o que eu reconheça

Só há uma vida,
enquanto borboletas sobrevoam
minha cabeça confusa
Só uma bala no tambor
e mal consigo me
aguentar de pé...

Esta frio e nenhum destes estranhos
percebe minha presença
É como se estivesse invisível
nas sombras das nuvens
mais altas
sem qualquer ajuda dos céus...

Só há uma vida,
e as lágrimas se tornam
impossíveis de controlar...
Só uma bala no tambor
e o clima muda drásticamente
antes de tudo escurecer...

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Sobre encontros oportunos

Alguma coisa aconteceu
no dia em que você me olhou nos olhos
na profundidade de sua insegurança
eu estava ao seu lado
mas ninguém viu...

Estávamos ali no meio do caminho
enquanto nossos corpos
se distraiam
e nossas falas se calavam
conhecendo-nos aos poucos
com assuntos frívolos...

A tarde parecia correr depressa demais
e os minutos se foram
nos despedimos
sem palavras, os olhos se despediram
pois as palavras escaparam

Se eu soubesse que seria a primeira
e a última vez
teria te intimado
a não me cativar assim...
para que a dor não fosse esta

Alguma coisa aconteceu
e o que ficou foi meu pensamento...

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Mergulho

Mergulhar, e me perder
das coisas dessa vida
das pessoas que me cercam e me confundem
Sair de mim e me tornar melhor
Transformar,
e transcender em nova luz na escuridão

Mergulhar, e esquecer
os problemas mais complexos
os caminhos mais árduos
as palavras mais obscuras
e os sentimentos mais tolos...

Mergulhar, e me desfazer
no profundo oceano de minha mente
sem fronteiras ou dogmas confusos
fora do tempo
e do espaço material
na surrealidade do infinito

Mergulhar, e me refazer
Emergir do caos em centelha
a fagulha que falta no mundo
Emergir das águas e das chamas
como nova estrela da sorte
em uma nova era de esplendor

sábado, 23 de agosto de 2014

De dose em dose

Eu estou parecendo um maluco
despreocupado com tudo
estou vagando pelas noites a fora
buscando um outro bar
Estou parecendo um pirado
esquecendo os problemas
e deixando a vida me guiar
sem medos e preocupações

Estou atrás de outra bebida...

Eu estou parecendo um louco
acenando para desconhecidos
que me parecem mais interessantes
do que os velhos conhecidos
Estou parecendo um pirado
de dose em dose e outro cigarro
a noite está linda daqui debaixo
e ainda temos algumas horas

Estou atrás de outra bebida...

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Procurando no escuro

(Não adianta procurar
Não há um lugar para encontrar
Não existe quem queira nos amar...)

Excesso de exposição consciente
Tornando sua imagem uma ilusão no outdoor
Seus olhos vazios mostram sua realidade
A falta do que uma meta e suas interrogações

Não existe um lugar...

As mãos trêmulas em qualquer lugar
O sentimento de perseguição e o medo de tudo
Uma pílula e outra para que a noite seja longa
Sem fantasmas me assombrando os sonhos

Não existe um lugar...

Essas pessoas possuem olheiras profundas
Seguem correndo para lugar algum
Esbarrando-se pelas ruas imundas de outras pessoas

Não existe um lugar...

São tantas as pessoas que nos nos cercam
Que meu ar se torna sujo e sem vida
Estou sendo morto e esquecido neste vão
Nesta sala vazia e abarrotada de gente fria

Não há quem queira amar...

domingo, 17 de agosto de 2014

Momentos cinzas

Em momentos de cinzas
de tristezas e ventos cortantes
O céu parece inalcansável
mas permanecemos lutanto
Tal uma criança correndo livremente
nós estamos à salvo por hora
Negando a tudo que já cicatrizou
esquecendo os dias do ontem...

Em momentos de cinza
de lágrimas e fotografias cortadas
Tua mão me parece inatingível
enquanto enxugo minhas lágrimas
Continuaremos lutando pela justiça
indo na direção do sol poente
Negando a tudo que já cicatrizou
esquecendo os dias do ontem

sábado, 16 de agosto de 2014

O Chamado

Se eu te chamo
e você diz não me ouvir
talvez seja eu
o errado de chamar

Se eu te chamo
e de mim você foge
talvez seja hora
de tentar esquecer

Se eu te chamo
e as horas passam depressa
os erros nos afastam
e nosso mundo se destrói
Talvez não seja
o melhor momento
e o que virá
será o mais puro encontro

Se eu te chamo
e você sorri por acaso
ainda tenho chances
mesmo sendo num futuro distante...

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Da criação das coisas

Raiou o sol
Transcendendo a criação
Semente de povos e tribos
O despertar de cada geração

O vento sopra a essência
Dos quatros cantos do espaço
Eros e Gaia se retiram de cena  
Em um épico e cósmico abraço

Da ponta das pirâmides
O olho do deus te guia
Das bênçãos de cada chama
Um cântico se inicia

Solte a luz de dentro de ti
Que sua paz em chakra inflame
Explodindo até as estrelas
E que chuvas de alegrias derrame


quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Cores Cósmicas

Estrelas queimam no infinito dos teus olhos
E continuamos correndo contra o relógio
Somos apenas expectadores
Do show entre cometas e luas

Estrelas queimam no teu infinito
Enquanto olhamos pela janela
As paisagens sempre as mesmas
enquanto sorrisos se sucedem

Estrelas queimam no infinito de seus sonhos mais belos
Estrelas queimam no infinito de teu quarto

Estrelas queimam e explodem
em novas estrelas e cores cósmicas
No infinito de nossas noites
enquanto as crianças dormem

Somos apenas expectadores
eternas crianças olhando para o alto
Somos apenas expectadores
do universo ao nosso redor... 

Estrelas queimam no infinito de seus sonhos mais belos
Estrelas queimam no infinito de teu quarto



terça-feira, 12 de agosto de 2014

Devaneios sobre a próxima estação

Espalhando flores e amores
Pois todo amanhecer é romântico
para quem quiser
Todo céu possui corações
para quem olhar para cima
Todo caminho é colorido
para quem recebe um abraço

Espalhando flores e amores
Pois se você diz 'sim'
eu irei voar até a lua e voltar
Pois tudo o que importa
é mergulharmos em nossos risos
e desejos mais brilhantes
O dia passa devagar com você

Espalhando flores e amores
Sabores de outrora
um tempo que vejo em sonhos
Olhando lá fora e imaginando
toda primavera que virá a seguir
Enquanto a tempestade cai
meu reflexo se embaça na janela

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Tempestade Monarca

Aqui estou mais uma vez
segurando meu coração na palma da mão
em meio a esta tempestade
no limite de minha consciência

A cada suspiro a cada gota de chuva
sinto que vou deixá-lo cair
mas apesar das dores
e apesar dos ventos fortes

Estou aguentando mais um dia
Estou suportando mais uma noite

Agarro-me num instante apenas
um pequeno raio de sol por entre as nuves
foi neste momento que senti
ainda existe alguma esperança

E eu acredito no teus olhos

O bater das assas de uma borboleta monarca
faz-me balançar e quase desistir
meu coração ainda pulsa esperando
pelo dia me que você chegará



domingo, 10 de agosto de 2014

Frustrações

Estou em prantos
sufocando
sombras vívidas
me cercando
Alimento-me
das dores
e frustrações
de dias
menos felizes
Aperto-me
no canto
mais remoto
de minha realidade
sem sanidade
Encharcado
com as lágrimas
de noites incontáveis
outras mágoas
Estou em prantos
esquecido
apenas um rabisco
do que já fui
Eu sinto a raiva
se esvair
e o que sobra dela
é a vontade de gritar

sábado, 9 de agosto de 2014

Fogo

Quando o fogo lhe consumir
se espalhando-se pela casa
você se igualará com as pearedes
tudo será cinza como o carpete

Quando o fogo lhe consumir
seus sonhos serão passado
não teremos vontade de gritar
estaremos em chamas

Quando o fogo lhe consumir
Quando os sonhos lhe consumir
Quando os gritos lhe consumir
Nada mais terá sentido aqui

Nada restou neste lugar
além de cinzas e lembranças
Um manifesto de cinzas
por eu ter me enganado com você

Nada restou no lugar de minha casa
e no lugar de meu coração
além das cinzas do fogo que
nos consumiu com voracidade...

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Salto consciente

Nada me salvará
destas areias
movediças
estou caindo
sendo sugado
para o desconhecido
e doloroso
fim

Nada me salvará
da
maldição
declarada pela noite
estou caindo
e teus olhos
apenas
acompanham

Este é meu fim
andei pensando
deixe-me
cair
no desfiladeiro
da consciência
sem volta
sem ar

Não há barulhos
nessa queda
nesse vazio
apenas meus
gritos
internos
e sufocados
para o fim.


quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Derrotas Imaginárias

Derrotado é apenas uma passagem
ante todo esse cenário de destruição
O fogo que arde e devora a tudo
não surpreende pela devastação dos sonhos...

(Derrotado é apenas uma alegoria)

Derrotado é apenas uma passagem
um instante demorado de horas
Ainda que as nuvens do céu se inflamem
o obscuro caminho irá desmoronar além...

(Derrotado é apenas uma condição)

Derrotado é apenas uma passagem
o caminho sem volta que trilhei
Se fui derrotado pelos acasos
de nada lamentarei agora que a chuva cai...

(Derrotado é apenas uma palavra
escrita na areia que o vento soprou)

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Dores antigas

Estão todos acorrentados
presos no assoalho
sem carpete (apenas sangue)
Estão todos de olhos bem abertos
fixos no teto daquele porão
sem luz (apenas lamentos)

Vejam só o circo chegou
Não adianta mais me manter entretido!!!
Sorria, a diversão chegou
Não adianta mais me manter imóvel!!!

Eu conheço as dores mais profundas
Eu conheço a angústia
a sofreguidão e as dores do adeus

Eu não sei me esconder
estou liberto
correndo atrás da poeira
Eu não sei me conter
entrego os segredos
para qualquer um na calçada

Eu conheço as dores mais profundas
Eu conheço a angústia
a sofreguidão e as dores do adeus


sábado, 2 de agosto de 2014

Desespero familiar

Por toda palavra mal dita solta pelo ar
uma nova semente de desgosto
aflora no concreto de meu peito
A cada sentimento ruim que surge
no reflexo partido de mim
uma outra lágrima cai na palma de minha mão

Não sinto que esteja melhorando
mal sinto meus dias passarem
As mudanças repentinas me afetam
como lâminas no pulso já cicatrizado
e as marcas de um novo pesadelo
ressurgem mais violentas que antes

Nenhum sinal de que tudo vai melhorar
estou cego de sentimentos que não me
fazem mais mal do que olhar para eles
Cercado por mentes vazias e turvas
eu sobrevivo com a sofreguidão
que é minha sina enquanto eu viver...

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Outro reino

O rei deixou cair
seu cetro lá atrás
A ave já passou acima aliás
E já não vemos mais
aquele caminho lilás
Para onde foi o outro senhor
Sem o seu ouro,
apenas desamor...

O rei largou
sua capa pelo chão
Recusou-se
a atender o Bretão
E já não sentimos
mais toda a comoção
Para onde vamos assim
Nesta tarde,
de carmesim...





segunda-feira, 21 de julho de 2014

Julho


Fora
Existe
Algo
Melhor
Para
Mim
E
Para você!


Longe
Deste
Lugar
Existe
Algo
Melhor
Para
Nós três!


Depois
Do
Horizonte
Estão
Guardados
Todos os
Nossos
Sorrisos!

domingo, 20 de julho de 2014

Nebulosa do amanhã

Uma lágrima minha
enche todo o mar
O amor
que soou no escuro
eu não pude,
no fim, escutar...

Histórias de pesadelos
acontecendo
Esse vendo forte
que sopra sem
descanso
nos separando...

A vida que outrora
tinha,
já não posso sentir
As alegrias
que estão em sonhos,
nebularam-se...


sábado, 19 de julho de 2014

Velocistas diários

Corações apressados
Saltadores de edifícios
em pulos estelares
Corredores sem descanso
da margem oposta

Não há tempo para olhar
Pés mais rápidos que o sol
Todos correm
na mesma direção
Tudo isso para quê?

Nos equilibramos na corda
sobre as agulhas dos olhos
daqueles lá embaixo
Sem deslize
Sem apuros

Não há tempo para olhar
Mas preciso
freiar meus impulsos
Quero parar para respirar
Quero ouvir a noite
me dizendo:

Abrace a lua
Abrace a lua
Abrace a lua

terça-feira, 15 de julho de 2014

Sobre os besouros de outro lugar

Aperte-me forte, segure-me em seus braços
pois todo meu sentimento é para você
Por eu querer segurar sua mão
foi tolo e deixei você escapar...
Mas sempre que eu vejo seu rosto
o que sinto perco os limites
e não preciso da ajuda de amigos
para saber que é você que quero próximo a mim
Deixe ser, deixe que sejamos...
Venha comigo
e será na estrada que faremos as pazes
Venha comigo
por campos de morangos
ou céus de diamantes...
Se a felicidade é uma pistola
quero a revolução atravessando
meu universo de malabaristas e outros animais
E se eu me apaixonar por favor
me ajude...

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Caminhos Antigos

Começa baixinha
apenas um sussurro
como as brumas que com
o vento ganham altura
o som dos tambores aumentam
e preenchem toda a floresta

Quando percebemos
já é tarde e estamos no círculo
dançando livres de temores
repletos de encantos
com os sons dos antigos
nos braços das árvores

Os caminhos antigos
que percorremos nesta noite
pela música e pela dança
nos levam ao transcendente
para além dos corpos e mentes
somos todos UM no círculo

A noite ganha as horas
o tempo é outro elemento
os guardiões nos protegem aqui
enquanto celebramos a vida
cuida-te apenas de você
e sua harmonia com os outros

sábado, 12 de julho de 2014

Sábado à noite das ilusões

Ir fundo
para baixo
reerguer-se
e pular novamente

Solidão repleto de sombras
O gosto agridoce de uma noite de sábado
Silêncio e memórias em uma taça
e outra de vinho

Ir fundo
nos erros do passado
(e de ontem...)
Manter-se com a cabeça erguida
e o mais difícil de acontecer

Para baixo
nesta noite sem fim
em queda livre
no poço das lamentações

Reerguer-se pela parede
para visualizar o medo
(mais de perto)
temer cada respiração

Pulo novamente
para nunca mais voltar
à superfície da vida
(não há bons momentos)

Ir fundo
para baixo
reerguer-se
e pular novamente
...

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Pela janela: realidades

Você pode observar pela janela
a vida que acontece lá fora
longe dessas paredes que te sustentam

Você pode observar pela janela
todos os outros e suas felicidades
enquanto se destrói com outro cigarro

Você pode observar pela janela
toda a realidade acontecendo
seja dia ou pelas madrugadas
todos celebram a presença real
enquanto você vive suas fantasias
seus sonhos se ultrapassam

Você pode observar pela janela
enquanto enlouquece
e envelhece dentro dessa casa

Se você sente tanto medo de sair
pode me dizer, conte me seus demônios
não deixe que se passem outros anos
as ruas se transformam a cada dia
e as chuvas continuam a cair
você é o único amigo que falta

Você pode observar da janela
mas tudo não passará de paisagem...


quinta-feira, 10 de julho de 2014

Ode ao Ódio

- Odeie-me por ser um espectro daquilo que deseja
Pois eu odiarei a cada segundo a mim mesmo
por ser incapaz de ser além do que sou -

Odiarei a cada um que me tirar os sonhos
(de cada nuvem uma sombra no gramado)
Odiarei a cada um que me tapar o sol
(de cada entardecer um abraço e um sorriso)

(Odeie-me por ser um espectro daquilo que deseja)

Odiarei a cada dia que não houver aventuras
(a cada lenta descida pela colina)
Odiarei a cada noite que não houver estrelas
(desilusões se misturam com esperanças)

- Odeie-me por ser um espectro daquilo que deseja
Pois eu me odiarei mais por ver tudo de longe
e não enxergar com os olhos abertos o bastante

Odiarei a cada um que me pedir silêncio
(mãos frias de ansiedade ao anoitecer)

(Odeie-me por ser um espectro daquilo que deseja)

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Celebração aos Antigos

Quando os primeiros raios de sol
tocarem as copas mais altas
das antigas árvores do bosque sagrado
As cores se farão da luz
e os portais se abrirão para nós
Um novo tempo de magia e canções

Os pequeninos se preparam
frutas e flores colhidos d'aurora do dia
para celebrarmos com fartura
A Senhora abençoou a todos
e os aromas já se espalham no ar
Um novo tempo de paz e fartura

Os músicos se aquecem e se afinam
a fogueira pronta para ser acessa
ao cair da noite sob o quarto crescente
Os elementos se equilibram
para a harmonia nos presentear
Um novo tempo de sorte e paixões

Contemplemos guardiões da floresta
com águas sagradas e a chama antiga
com pedras poderosas e o incenso queimando
Contemplemos as forças que nos cercam
e os novos dias para lutarmos e agradecermos


segunda-feira, 7 de julho de 2014

O Dançarino

Sou apenas um dançarino
nesta eterna vertigem de ser
enquanto a música não para

Digam que sou ilógico
digam que estou entorpecido
eu direi que sou apenas
mais um dançarino
na rua
no escuro
na vida

Sou apenas um dançarino
carregando meus medos
escondidos no bolso

Digam que não planejei
digam que sofro
de um surto psicótico
eu direi que sou
apenas um sonhador...

Digam que sou débil
digam que estou apaixonado
eu direi (sorrindo)
- sou apenas um dançarino
nesta hora
nesta casa
nesta rua

Sou apenas um dançarino...


domingo, 6 de julho de 2014

Desaparecer daqui

Meus textos que ninguém lê
Lágrimas que ninguém sente
escorrer pelo rosto machucado
O tempo que não passa, e
As dores que se esquecem fácil

Já não sei em que dia estamos
O tempo não importa por aqui
Tantas noites se passaram
enquanto ninguém me observava
Sentir algo hoje é ilusão

Nas madrugadas embriagadas
sei que posso desaparecer...
Ouvindo todos ao longe
sei que posso desaparecer...
Enquanto todos dançam
sei que posso desaparecer...

As palavras que nunca disse
Os passeios e risos que não são
Tudo o que me foi negado
durante toda essa agonia de vida
As dores que nunca esqueci

No meu quarto escuro
sei que posso desaparecer...
No meu outro mundo
sei que posso ressurgir....

sábado, 5 de julho de 2014

Le Naturel

Olhe além da muralha de pedras
alcance o infinito do horizonte
eleve-se nas asas das sílfides
e descubra Le Magnifique Nature

Corra com o vento
pelos bosques dos pequeninos
Corra pelos prados 
com os cervos selvagens
Corra até a totem
e sinta a pulsação da terra

Olhe além das nuvens etéreas
alcance o seu infinito interior
mergulhe para o profundo mistério
do seu verdadeiro lugar 

Corra com o vento
pelas árvores centenárias
Corra livre de preocupações
liberte sua mente
Corra sem saber
onde pretende chegar

Corra por esta terra
como estrela cadente
que corta cúpula da noite

Corra como se pudesse voar
tal qual um encanto que
escapa de seus dedos  

Corra e veja que os elementais
te observam contentes
por tua força e tua alegria...

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Parole, parole, parole...

Palavras vazias
com desculpas e agrados
Palavras vazias
repetidas no vento frio
Palavras vazias
que você decorou em instantes

Palavras tolas
com cheiro de álcool
Palavras tolas
sem chão ou teto
Palavras totas
perdidas para sempre

Você consegue sentir essas palavras
essas palavras que você esqueceu?
Você consegue sentir essas palavras
as mesmas que ouço repetidamente?

Palavras vazias
- Deixe-me sozinho
Palavras vazias
- Por favor desapareça
Palavras vazias
- Chega de mentiras

Palavras tolas
ninguém pode me ajudar (agora)
estou cansado de vocês
Palavras tolas que você não pdoe sentir
É uma corrida inútil
dentro desse coração...
Palavras vazias
de sentimentos ao meu redor...

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Visionários que sangram

As palavras forçam e ás vezes ferem
como adagas afiadas na pele do peito
machucam aqueles que se escondem
e tentam se refugiar das verdades
as dores são presentes mas não há
como escapar dos acontecimentos
Hora ou outra todos serão marcados
com fogo ou com as próprias palavras
seremos todos visionários sangrando
nossos sonhos e nossas esperanças
Seremos marcados e continuaremos
não importa a intensidade das dores
Estaremos ao lado da verdade e em
tempo algum correremos mais perigo
As luzes do dia não mais serão
rechaçadas como o fim de uma vida
seremos plenos em nossas alegrias
e nas noites poderemos dormir em paz
Nenhuma estrela causará mais prontos
Nenhuma estrela negra nos guiará

As palavras que nos feriam
serão nossas armas no restante da jornada...

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Conflitos domésticos

Você consegue sentir o silêncio que percorre friamente o chão da sala de estar e as pessoas da sala de jantar correndo em círculos em volta do próprio bolso esquerdo meu querido você consegue ouvir e consegue tocar no ombro da próxima pessoa a ter um colapso nervoso por todo esse silêncio que cerca nossa rua e nossa vizinhança você consegue encher os pulmões de ar antes de mergulhar nessa poça de ganância você consegue sentir os outros você consegue sentir os perigos que ninguém mais consegue e se você correr bem rápido você vai alcançar o outro lado do mundo e a esperança de um outro jogo começar você consegue ver o que acontece aqui consegue imaginar para onde todos iremos caso esse guerra chegue até os quartos você consegue sentir o silêncio neste seu lugar favorito você consegue ver a noite se aproximar e as palavras ainda me escapam pelas mãos...

terça-feira, 1 de julho de 2014

Encontros soturnos

Eu te encontrei de frente ao espelho
chorando e com sangue nas mãos
Assustei-me e meus olhos se alarmaram
Você não levantou a cabeça
e eu perguntei seu nome
Disse que essa era outra história
e não um conto de papel barato
Outro cigarro enquanto você
limpava seu rosto
As luzes piscavam prestes a falhar
e aquele ambiente parecia sujo demais
Seus olhos transmitiam medo
eles não me causavam medo e você
tampouco parecia amedrontado
Eram como negras passagens
para um outro mundo de caos e terror
Suas palavras não eram fáceis
como que uma peça de outro séculos
Não há gravidade para suas reações
como se tudo a sua volta
as paredes grafitadas
a porcelana de cor indefinida
os lambes uns sobre os outros
e as bordas do espelho com ferrugens
como se tudo isso
não lhe fosse suficiente
Os enigmas da noite ecoavam
diante de mim em seus cabelos
em sem ombro e seu piercing
A cada tentativa de comunicação
um soco de indiferença e lassitude...
A madrugada findava
enfim chegava o tempo de ir
Nunca mais cruzaríamos aqui ou
em qualquer outro lugar dessa vida...

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Sorte ou não...

Sorte,
o que seria essa palavra
tão fora do comum
ser saudável é sorte ou opção
e tomar o veneno de uma das mãos
qual poesia que define
ser ou não
a questão é uma outra guerra
fora de cogitação
querer a sorte de encontrar alguém
ou fazer com que se alcance
a pessoa na escuridão da noite
não forçar o reencontro
é outro lado da moeda
sorte ou não se vai com a ilusão
de estarmos no controle
de alguma coisa
ou de um momento na
contramão...

 

domingo, 29 de junho de 2014

Poeira de cosmos

Você pode se encontrar debaixo de seus travesseiros
Você pode se encontrar nas gotas de chuva
que descem em seu rosto durante uma brincadeira
Você pode se encontrar no reflexo de um olhar
Você pode se encontrar em sua capacidade
de nomear cada estrela do teto de seu quarto

Não há onde você possa se perder
sentindo-se esquecido pelo mundo lá fora
Não há escapatória se você realmente
quiser se desligar a sua volta
Não há diferença entre você e eu
nesta nave somos todos poeira de cosmos

Você pode se encontrar nas notas de uma canção
ou no sabor de uma boa conversa com amigos
Você pode se encontrar nas horas perdidas
olhando para o céu e sentindo o vento te tocar

Não há um segundo se quer em que você
possa se tornar ausente desse mundo
Não existe maneira alguma de você fugir
Pois você pode se encontrar no infinito
de meus pensamentos...

 

sábado, 28 de junho de 2014

Ares

Eu preciso respirar os ares que me tragam
saudades nunca sentidas e memórias do amanhã
Eu preciso de ares que levam para outro lugar
longe se toda essa confusão e medo
Eu preciso de ares que me mostrem o horizonte
enquanto eu estiver com os olhos bem fechados
Eu preciso de ares que tragam seu perfume
na distancia em que eu me encontrar

Eu preciso respirar os ares que me tragam
boas músicas e boas vibrações para daçar na grama
Eu preciso de ares que me transportem
para outro nível de consciência e felicidade
Eu preciso de ares que me mantenham com
os pés no chão enquanto viajo às estrelas
Eu preciso de ares que tragam seu perfume
o quão longe eu me encontrar de você

Eu preciso de ares que levem para bem longe
tudo o que for negativo e me fazer cair...

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Das criaturas e dos sonhos possíveis

... e em algum lugar entre o
amanhecer e o anoitecer
borboletas voam ao seu redor
enquanto os arco-íris
seguem-te na brincadeira...

... e em algum momento entre o
campo florido e a praia de cristais
as criaturas que te adoram
sorriem para as nuvens de algodão
no vasto céu azul de nosso sonho...

... e na melhor hora do dia
nos encontraremos exaustos
de alegria e contentamento
não importa os lugares
não importa os momentos...

... e enquanto eu puder voar
continuaremos dentro dessa tela
imaginando o que quisermos
indo ao limite das tardes
com nossos corações a brilhar...



quinta-feira, 26 de junho de 2014

Avesso do sonho de 26

Pesadelos, pesadelos...
Sonhos ao avesso
Onde estão as pessoas conhecidas
o que acontece agora seria realidade?
Estamos lutando
estamos fugindo
estamos em algum lugar
que se parece com outro...

Pesadelos, pesadelos...
Quem eu não conheço aqui?
o que fazemos por aqui
Por que tudo parece
acontecer de maneira tão real
Lugares que nunca fui
pessoas que nunca vi
Como isso é possível?

Pesadelos, pesadelos...
Sonhos ao avesso do avesso do acesso...
e eu continuarei tentando
ciente ou não, estarei tentando
controlar os acontecimentos
o que faço e para onde vou
neste mundo dentro de mim
neste mundo ao avesso irreal...

terça-feira, 24 de junho de 2014

Meu corvo

Meu corvo de estimação
de assustar as pessoas do quintal
tem estado assustado nos últimos
dias antes da tempestade

Meu corvo de estimação
não costuma se comportar assim
normalmente ele assusta crianças
e afasta os adultos do quintal

Meu corvo de estimação
esta muito esquisito esses dias
como se previsse que algo
terrível fosse acontecer amanhã

Meu corvo de estimação
que antes voava por toda casa
agora fica imóvel à janela
aguardando por algo desconhecido

Meu corvo de estimação
não é mais tão assustador... 

Debaixo da chuva

Há algo debaixo da chuva
Há algo assombrando minha cabeça
Há algo debaixo da chuva
Estou me assustando com a sombra

Há algo debaixo da chuva
(eu não consigo me lembrar de nós)
Há algo debaixo da chuva
Estou enlouquecendo assim

Há algo debaixo da chuva
e o infinito é questão de visão
Há algo debaixo da chuva
Eu não vejo mais um fim para isso

Há algo debaixo da chuva
Há muitas desculpas por aqui
Há algo debaixo da chuva
Estou me afogando com o medo

Há algo debaixo da chuva
eu não consigo te ver de longe
Há algo debaixo da chuva
além de mim e de você...


segunda-feira, 23 de junho de 2014

Cadência horizontal

(Não seria um fim
apenas uma alteração de percurso
Ninguém acredita
apenas se acostumaram...)

Tentamos capturar aquela estrela
até que nossas mãos se partam
o caminho é triste e ilusório
não tente me afastar

Construindo os sonhos a partir de retalhos
momentos deixados de lado no palco
não somos mais capazes de imaginar
apenas copiamos o que vem nas revistas

(Não seria um fim apenas uma alteração de percurso
Ninguém acredita, apenas se acostumaram...)

Desacelere seus batimentos e observe
as nuvens estão baixas nesta hora
aprenda a olhar além dos propagandas
no horizonte não termina no muro

(Não seria o final agora
apenas uma alteração de rumo
Ninguém acredita ainda,
eles apenas se acostumaram com isso...)

domingo, 22 de junho de 2014

O vazio nas cartas perdidas

O que o faz procurar no além das terras conhecidas
O que o faz percorrer por caminhos tão esquecidos

Enquanto eu for um estranho nessa rua
estarei a salvo das aves que me atacam

Enquanto eu estiver vazio de afeições
estarei a salvo da verdade do punhal
(de suas mãos e de se coração)

Minha busca pelo desconhecidos
não precisa de sua atenção
ficarei bem
enquanto estiver fora de visão

A perseguição por aquilo que desconheço
segue por vias sombrias
na mais pura noite assombrada
e palavras frias

Enquanto eu for um estranho nessa rua
não saberão me nome e minha penitencia

O que o faz procurar no além das terras conhecidas
O que o faz percorrer por caminhos tão esquecidos

sábado, 21 de junho de 2014

Junte-se a mim

Ouça-me na escuridão do silêncio mais profundo
Sinta-me na ausência mais sombria da noite

Eu estarei oculto
observando as sombras que dançam
longe de todos
apenas contemplando a magia
Eu estarei te ouvindo
quando ninguém mais estiver
no caos do caminho
eu seguirei na frente

Procure-me na perdição de seus amigos imaginários
Sinta-me na absoluta negação de suas fraquezas

Estarei rodeado de sonhos
na hora mais remota do dia
estarei celebrando o fim
quando o início for corrompido
Estarei ao seu lado
quando a chuva cair
e todos correrem para o abrigo
continuarei a me molhar

Compreenda-me ainda que a dor da morte aumente

Sinta-me como um tolo em uma jornada alegórica

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Ist zu gefährlich

Eu não quero me ferir
por mais que me corte e meu sangue
tinja as cortinas de vermelho
eu não quero mais
ter que chorar por todos
e no fim acabar no frio
sozinho
Eu não quero me machucar
por assuntos fúteis
e por pessoas sem objetivos
Eu não quero sofrer
por causas perdidas
e disputas adiadas pela tempestade

Eu não quero me ferir
destruir-me com as lâminas
das falas desses falsos humanos
Eu não quero me ferir
dilacerar-me com as afiadas
palavras desses selvagens

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Mistérios na chuva

Mistérios em nuvens
na minha cabeça
saio para passear
mas esqueço meu guarda chuva
Você e eu
no parque ao entardecer
balões no ar
e nenhuma fotografia...

Mistérios na chuva
que cai sobre nossos narizes
corremos
mas não há uma árvore
Sem sorte sem cobertura
vamos dançar?
neste momento insano
de chuva e raios solares

Mistérios infinitos
no azul da minha roupa
Arco-íris nohorizonte
além de nossa cidade
Você e eu deitados
no gramado encharcado
sem tempo e relógios
é quase noite em meu peito...

quarta-feira, 18 de junho de 2014

La Bruja

A chama que se inflama
adentra a noite silenciosamente
toca seus lábios como pétala
suavemente ensanguentada

A música que ecoa ao fundo
estalos de fogo inebriante
o calor se aproxima voraz
cintilante fogo do céu

Meus olhos sangram por tuas ações
acesos na escuridão selvagem
tal qual faróis que servem de alento
sem as boas novas da paisagem

Minh'alma sobrevoa o campo minado
exaurido das forças de sua magia...

terça-feira, 17 de junho de 2014

Fora da tempestade

Então é isso, você me descartou
desapareceu da minha vista
renegou-me junto
a todas as suas promessas
e dizeres de eternidade
Agora que eu desapareci
eu quero te reencontrar
de outra maneira
recomeçar todo o jogo

mas não é assim...
não é o que você quer
não é assim...

Eu não busquei por alguém
do lado de fora da tempestade
apego-me em meus
sonhos absurdos
e agora que nos separamos
as coisas ficaram piores
distantes
sem chance se uma reconsiliação
seguimos parados

é assim, insanos
é assim, insanos
é assim, que estamos...
insanos


segunda-feira, 16 de junho de 2014

Caderno de sonhos

Tantas palavras libertadas
e distribuídas por aí
Eu não me importo par onde foram
queria ao menos receber notícias
Tantos olhares e meio sorrisos
que eu não me importo quem é você
mas ao menos poderia me mandar um cartão

Eu aceito você como você é
apenas me deixe ser quem sou, ser eu mesmo

Eu não gosto de ilusões que eu não possa ver
que me impedem de olhar além dos muros
E caso eu continue a correr
saiba que estou atrás daquilo que me completa
Fora tantos amores perdidos pelo caminho
que talvez eu tenha me perdido em alguma curva

Eu aceito você como você é
apenas me deixe ser quem sou, ser eu mesmo

Tantas cartas que deixei de receber
e tantas viagem que não fiz sozinho
Tantas noites sem dormir
e tantas fotografias que tirei da paisagem
Eu não me importo por onde você tenha estado
apenas gostaria que me contasse toda a história

 Eu estive aqui o tempo todo
e continuarei pelo tempo em que você demorará

O tempo que desperdiço
é o mesmo tempo que respiro com dificuldade
e se você um dia aparecer
eu continuarei sendo o mesmo...


domingo, 15 de junho de 2014

Queime antes do amanhecer

Queime essa carta
Queime essas palavras
Deixe que quimem
até o anoitecer
Queime esse desejo

Queime essa casa
Queime essas fotografias
Deixe que quimem
até o anoitecer
Queime sua cólera

Queime suas esperanças
amontoadas com suas roupas
Queime seus sonhos e ilusões
desesperadamente perturbadoras
Queime tudo nesta noite
Deixe que quimem
Queime esse desejo reprimido

sábado, 14 de junho de 2014

Vivo

Quão sagrado somos?

minha confissão,
entre os olhos e a palma da mão

por que somos iguais
sob esse céu suburbano

deveríamos ser fortes apesar do caos
e a cada instante morremos mais

NÃO HÁ SAÍDA

eu preciso continuar
apenas da chuva forte
encontrar meu altar
meu santuário preferido
para me sentir seguro
livre das sonbras
- fale comigo
conte-me um segredo

sinto-me sozinho
sufocado
sem abraços

NÃO HÁ SAÍDA

lágrimas de sal
minha alma imortal
todas essa luzes
e meus pecados reais

é tudo em que posso tocar

minha santidade
escondida sob a pele tatuada

sufocado pelo caminho
nenhum milagre se aproxima

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Fim de jogo

Por vezes e outras
circulando este tabuleiro
seu jogo nunca se desenvolveu

Vagas lembranças de pódio
a vitória
é um mero detalhe
entalhado na parede...

Se você não tivesse chegado aqui
talvez eu tivesse caído
ou então ido ao seu encontro

Um beijo de bom dia
ou uma despedida ocasional
destruíram meus sonhos

Mais uma vez me perdi
na ilusão de uma aventura
e nem ao menos percebi

Andando vagamente pela rua
percebo o que perdi
as cartas baixadas na mesa
outrora marcadas...


quinta-feira, 12 de junho de 2014

Se eu ousar voar

se eu ousar
poderei ir até o sol
poderei ir até a saturno
e ninguém poderá me impedir
se eu pular
posso ir até o fundo
sob as estrelas do mar
onde ninguém vai me ver
se eu quiser
você não poderá me ver
se eu ousar
poderei ver além
desses muros sujos
se eu correr
poderei chegar no topo
da colina mais alta
e contemplar o sol
se eu quiser
poderei dançar
sem música alguma
e ninguém poderá me impedir

se eu ousar
poderei cortar meus cabelos
e deixa-los pelo caminho
se eu não estiver errado
estarei certo em todas as vezes
e isso não importa afinal...

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Torturantemente real

- o tempo voltará ao momento em que eu caia do penhasco
no real momento de um piscar de olhos
na altura certa em que eu pensava sobre nós -

Eu me debato na cama como peixe agonizando
as dores me atacam os músculos como pânico
de quem não pode se mover em uma cadeira
as dores da mente me fazem ir ao chão
como ser atingido por uma bala entre os olhos
Eu me debato e não me rendo ao martírio
eu sinto o frio em minhas mãos como gelo
se formando por toda minha pele de escamas
as dores da mente são mais fortes tal qual
agulhas que se acumulam sob as unhas fracas

- o tempo voltará ao momento em que eu caia do penhasco
no real momento de um piscar de olhos
na altura certa em que eu pensava sobre nós -

terça-feira, 10 de junho de 2014

Sobre as tardes de sábado...

Um dia após outro igual
centenas se passaram
enquanto eu olho na direção
contrária de minha casa
Um outro dia se seguiu
e ninguém se importou
com a chuva que caia

Uma vergonha após outra
e eu perdi as chaves
andarilho despreocupado
olhando para o chão
não há com o que se importar
tudo isso é irreal
às margens da população

Um dia ruim após o outro
e as chances disso melhorar
foram ralo abaixo...

Um dia a mais ou um dia a menos
não faz diferença
nesta terra de ninguém
após dias e dias
não encontro as chaves
que perdi
tentando me encontrar...

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Ás vezes em uma cidade qualquer

Nestas tardes de solidão e música
ouço o refrão se repetir por horas
convivo com meus sonhos em papel
e outras coisas que não consigo ver
Nestas horas de silêncio e imagens
fixo o olhar em um ponto qualquer
e viajo por lugares tão estranhos
quanto os que guardo dentro de mim

Nestas guerras de subúrbios
em cidades esquecidas do mapa
as pessoas não se enxergam
e quase se atravessam nos caminhos
Nestas ruas de caos e sofreguidão
(saia da minha frente...)
não há reconhecimento nem afeto
(saia da minha frente...)

E este é o caminho perdido
das cidades esquecidas
E este é o destino iminente
das cidades esquecidas
E este é o cotidiano traído
das mentes esquecidas
E esta é a realidades
de quem se tranca no quarto
 

domingo, 8 de junho de 2014

Olhos para quem?

perdido dentro de meus olhos
tempo o bastante
para poder ver além de mim
além da colina distante
em gotas de meu
próprio sangue eu flui...
agora gritamos
por nomes desconhecidos
o tempo todo ecoando
dentro de nós
nesta cidade em ruínas
de meus olhos
para os outros humanos
minhas lágrimas misturadas
ás deles e ao sal da chuva
desde o início
ao final dessa jornada
estaremos subindo as escadas
mas continuaremos
sobre a terra suja de nós
de meus olhos
para os seus fechados
ao novo...

sábado, 7 de junho de 2014

Entre as festas noturnas

A fraca luz da manhã
ilumina nossa pele suja de festa
estamos tão longe da praia
mas estamos mais longe de casa

As folhas voam ao nosso redor
e continuamos deitados sob a fantasia
para o resto de nossas vidas
lembraremos da noite de ontem

E por mais que me contem
tudo o que aconteceu
prefiro esquecer dos momentos
e pensar que ainda não acabou

A fraca luz que me despertou
agora atinge seu auge do dia
o céu azul é bem diferente
das luzes coloridas e das estrelas

Vamos deixar que esse dia corra
vamos continuar aqui
longe de tudo (e longe de todos)
esperando a noite chegar...

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Underdogs

jogue-me pela janela
e não poderei mais voltar
jogue-me pela janela mais alta
e poderei voar
pelo caminho mais distante
já não vejo as horas
já não sigo as hordas
deixei-me anular
nesta tempestade cerebral
até o fim estarei por perto
a menos que tenhamos sol
então estarei submerso
nas águas claras da lagoa
a menos que tenhamos chuva
então estarei dançando
pelas ruas esquecidas da cidade
jogue-me fora
esqueça-me outra vez
nalguma esquina da periferia
e não mais me verá por aqui
esqueça-me com os underdogs
e seremos felizes com
as bebidas que tivermos...

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Eu me apaixonei por uma ideia

Agora é tarde
o céu já não é tão azul assim
...
não conte aos outros
(meus amigos)
Feche essas cartas
e deixe que eu as queime...
NÃO!!!
nada pode me ajudar
agora,
não...
Apaixonei-me
por uma ideia...
- o que você é?
deixe-me chorar sozinho
...
de onde viemos?
e para onde vamos?
NÃO!
agora é tarde, querido...
a chuva cai
FORTE!!!
e não me molha mais...
o que somos...
- quem é você?

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Uma chama, uma mágoa, uma lembrança...

É apenas uma lembrança
que queima silenciosamente
entre meus olhos
apenas uma chama
de recordação
que me mantém
desperto
entre todo esse
tumulto...
Estou em chamas
no meio das lembranças
elas estão ardendo
e minhas lágrimas
caem perdidas
São apenas gotas
do passado mais próximo
ainda sinto muito
por tudo que passou...

terça-feira, 3 de junho de 2014

Ao meu lado

Talvez se eu deixasse de correr na direção certe
eu te alcançaria...
Talvez se eu deixasse de me preocupar
minha mente estaria mais aberta aos seus medos
Você beija as antigas fotografias
enquanto nossas cartas se destroem no fogo
Talvez se eu me deitar agora
o trem não pareça tão assustador

- deixe as chaves na última gaveta
não esquecerei de aguar as plantas
mesmo que eu não respira bem
estarei preso no teu porão -

Talvez quando as nuvens deixarem o céu
possamos ver outras estrelas
Talvez se eu deixasse as lembranças de lado
o dia seria melhor...
Eu estou sangrando agora por toda nossa história
enquanto os dias seguem normais
Talvez se você me contasse a verdade
as mentiras seriam mais fáceis de suportar

- deixe as horas correrem
e não vamos mais falar do ontem
estamos vazios
até que pare de sangrar -

Talvez se eu fechasse meus olhos
você apareceria próxima de mim...

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Mentiras Contadas

Mentiras repetidas, palavras vazias
todos estão presos nesse ciclo
que ouço a vida inteira...

Desde a alvorada os rostos são os mesmos
Não importa onde eu vá
as pessoas mais cedo ou mais tarde
irão mentir sobre elas...

Mentiras antigas, palavras amargas
Até que vá dormir
todos irão mentir em uma encenação
nata dessa sociedade

"eu nunca vou te deixar cair" disseram
"estarei com você para sempre"
fizeram-me acreditar...

Mentiras nunca foram
o forte daqueles que me cercam
Já era tempo de aprender
Mas você não me entenderia

E quando o dia chegar
seremos apenas memórias
turvas pelas mentiras suas...

domingo, 1 de junho de 2014

Meu sacrifício

Sem mais desvios
um caminho já foi cortado
sem mais químicas
meu pulso já foi marcado
esqueça os dias de antes
apague suas esperanças
esperamos pelo amanhã
termine com esse cigarro
nos veremos navamente

erguer... erguer...

Sem mais torturas
temos tudo controlado
meu sacrifício por você
e os remédios guardados
derrube meus joelhos
para que eu possa me mover
feche meus olhos
para toda essa doença

Erguer, erguer, erguer
erguer, erguer, erguer...
Por que você não explode minha cabeça?
eu não consigo me erguer... 

1º Junho de 2014

Querido 'alguém',
estou começando a gostar dessa dor que me martiriza
a cada dia em que passo sentado nesse sofá
sinto a falta de um dia ensolarado comum
com pessoas comuns ao meu redor
discutindo coisas sem sentido e desnecessárias
sinto a falta de algum respeito por mim mesmo
enquanto me destruo aos poucos sem a lembrança
dos dias em que fui melhor
Eu gosto da maneira de como eu te amo
mas odeio a maneira de como eu te amo
e isso não significa absolutamente nada agora

sábado, 31 de maio de 2014

Bolha de Sangue

O dia amanheceu frio
as pessoas despertam para um novo fim...
Sinto-me como uma bolha de sangue
(de sangue fresco)
Sinto-me como seu alvo matinal
estou pronto para que me ataque
Apunhale-me pelas costas
e sugue toda minha essência...

Um bom dia para você
enquanto as lojas levantam suas portas...
Sinto-me vazio de mim
não há o que me acorde para essa vida
As pessoas desse planeta
não merecem morrer essa noite
Serei a isca para minha libertação
ataquem-me e deixem-me partir...

Sinto-me como uma bolha de sangue
pronto para você destruir...

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Palavras

tudo o que dizemos
acaba em um segundo
tão rápido como a luz
quanto acordar de um sonho
tudo que dizemos
desaparece no ar
mais rápido do que fumaça
do que um raio na noite
tudo o que dizemoso
muda a cada piscar de olhos
rápido como uma explosão
e a culpa não é nossa

tudo o que dizemos
negamos após um gole
tudo o que dizemos
esquecemos após um cigarro
tudo o que dizemos
torna-se passado
que ninguém
nunca mais ouve falar...

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Sobre fazer amigos e se trancar dentro do quarto...

... eu prefiro árvores as pessoas,
o silêncio as festas tumultuadas,
sonhos e fantasias as rodas de conversas.

eu prefiro ficar sozinho...
... do que ser enganado por pessoas!

... eu prefiro perder o tempo
e ficar contemplando o céu da tarde.
eu prefiro as estrelas da noite
e sua imensidão misteriosa
eu prefiro as músicas nos meus ouvidos
e estar à parte de tudo e todos...

eu prefiro ficar sozinho...
... do que ser enganado por pessoas!

... eu prefiro livros as pessoas,
ainda que sejam histórias de pessoas
ao menos sei que a ficção está no papel.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Metáforas sobre viagens

e
- para onde vamos daqui em diante?

eu comecei com poucos passos
contornando o quarteirão
e me encontrando com você
cheguei até aquela praça
onde te observei de longe
em dias ímpares
consegui me aproximar
e fomos juntos à outras cidades
não nos importamos em explorar
nos conhecemos a cada estação...

somos cidadãos deste percurso
e vamos seguindo até o pôr do sol
uma ou duas palavras depois
já estamos bem longe de casa

e
- para onde vamos daqui em diante?

eu comecei devagar por você
agora estamos nos distanciando
debaixo dos cobertores
parecemos em lados opostos da ponte
o inverno nos esfriou
e não há embarcações de volta
não há destino que nos farão voltar
cada um para uma latitude
a distância aumenta
assim como o horizonte além

somos cidadãos deste percurso
e vamos seguindo até o pôr do sol
uma ou duas palavras depois
já estamos bem longe de casa
 
e
- para onde vamos daqui em diante?



terça-feira, 27 de maio de 2014

O dia acabou...

o dia acabou...
cante para meus sonhos
o dia acabou...
não se preocupe mais
ficaremos bem
o dia acabou...
cante para teus sonhos
o dia acabou...
estou terminando
mais uma carta
para você
se lembrar de mim
o dia acabou...
cante para nós
do fundo do seu coração
o dia acabou
e seremos melhores
amanhã...
cante para nossos sonhos
o dia acabou...

Venha Eillen, venha...

nessa estrada que caminhamos a sós
sob um céu de brigadeiro e a brisa suave
eu penso que poderíamos ter outra chance
um outro novo caminho
pois neste momento
ninguém pode me provar que
este é o melhor momento da minha vida
ninguém pode me provar que
este é o meu infinito particular

se você ama a si mesmo
e segue na direção em que escolheu
por mais que a estrada seja longa
o importante é a caminhada
sua busca não precisa ser apressada

ninguém pode me provar que
eu fiz a escolha errada entre todas elas
ninguém pode me provar que
eu não escolhi percorrer o melhor caminho

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Não estamos mais no País das Maravilhas

Tire-me desse país das maravilhas
Você me aprisionou aqui
Agora eu mereço ver a realidade
Tire-me desse sonho de perfeição

Eu não acredito mais em você

Tire-me desse país das maravilhas
Cansei-me de tantos sorrisos e cores
Apague as luzes e deixe-me ver a verdade
Tire-me esse capuz de felicidade falsa

Eu não acredito mais em mim

Tire-me desse país das maravilhas
Eu acredito em nós - apenas em nós
Não precisamos de alegorias para fingir
Tire-me desse maldito conto de fadas!

Eu não acredito mais em ninguém

Apenas acredito em nós
Então tire-me desse castelo enfeitado
Vamos viver a natureza das coisas
Tire suas mãos de meus olhos...


Escritor

Eu queria ser escritor
e entender as palavras
sentir cada poesia ou rima
e depois ser esquecido

Eu queria ser escritor
e escrever minhas emoções
revelar cada sentimento
e depois morrer em paz

Eu queria ser poeta
e lhe mostrar meu mundo
minhas visões pelas palavras
e depois morrer jovem

Eu queria ser escritor
hipnotizar você com palavras
deixar meu legado em livros
e depois morrer em mim

Eu queria ser escritor
e deixar as palavras me matarem...

domingo, 25 de maio de 2014

Dez minutos para quê


você apareceu
rompendo barreiras
mexendo comigo
de todas as maneiras
a cada minuto
confundindo-me
não sei mais o que é
você sumiu...

(eu sinto você
sua respiração
sua emanação
sua falta...
eu sinto você
seu pulso
seu curso
sua falta...)

eu não sei o que fazer
nem me importo
com a chuva
preciso saber
o que esperar de você
amanhã ou depois
eu preciso saber
o que temos em comum...
 
(eu sinto você
seu olhar e
seu sonhar
sua falta
eu sinto você
sua ironia
sua energia
sua falta...)

mais dez minutos
com você ao meu lado
se você quiser
preciso de respostas
dez minutos
com você...

sábado, 24 de maio de 2014

Das perdas e ganhos...

das coisas que perdi na terra
enterrados ficaram meus sonhos de criança
das coisas que perdi no fogo
queimados  ficaram meus sentimentos
das coisas que perdi na água
perdidos foram os amores de estação
das coisas que perdi no ar
jogadas fora foram todas as minhas alegrias

das vezes que perdi o jogo
aprendi a esquecer e continuar
das pessoas que já amei
aprendi a nunca mais repetir o erro
dos dias que esqueci
ficaram apenas as marcas na pele

das coisas que perdi com o tempo
nada restou para causar dor ou saudade
das coisas que perdi com o tempo
pude sentir a liberdade de poder seguir...

sexta-feira, 23 de maio de 2014

O Mago

palavras não bastam, são menos do que sinto
não estrague tudo por eu não saber te dizer
eu queria deixar tudo para lá
mas não está sendo fácil de esquecer

- os contrastes da vida me afetam
por muitos dias eu fui vago
nenhuma fotografia me segue
nessa história do velho mago -
você se aproxima, meus olhos me enganam
não sei mais como reagir
o que é estranho tudo isso tão de repente
antes mesmo de eu sentir

- os contrastes da vida me afetam
por muitos dias eu fui vago
nenhuma fotografia me segue
nessa história do velho mago -

como continuar
sem você me ligar...

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Por terra

os esqueletos em movimentos
bruscos e despreocupados
a tempestade cai amaldiçoando
cada esperança descabida

eu estive neste buraco
remoendo cada sentimento vil
reinando em meu prelúdio
cada necessidade destruída

vejo-te por meus óculos quebrados
e nenhuma visão é pior
do que a ignorância que te cerca

eu não vou mais pelo mesmo caminho...

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Somos menos do que nos dizem

a vontade iminente de inebriar-se
depara-se com a força bruta da inércia
o inócuo sentimento de sacrifício
não se rende ao sofrimento

somos anjos caindo em sí

uma vida em queda livre
- tudo não vai tão bem assim
há pessoas densas demais
circulando ao meu redor

somos santos adoecidos

criaturas ineptas sobrevivendo a tudo
sou testemunho enquanto durmo
através da minha cabeça torturada
passam as flechas atiradas por ninguém

somos anjos encobertos de pragas
somos santos previstos em maldições
somos corpos em decomposição
somos o nada doravante na tempestade

terça-feira, 20 de maio de 2014

Você segura minha mão?

(sempre um céu acima,
sempre um sonho acima)

eu não me importo no que os outros irão pensar
não me importo o que os outros irão escrever
nem no como irão me fazer chorar
eu não preciso de seu destino sua sorte ou maldição
eu não quero seu destino sua glória ou decadência

(sempre um céu acima,
sempre um sonho acima)

eu não quero seu julgamento suas decisões seu mal gosto
eu não preciso da sua sina e não me importo com vocês
não estou correndo atrás de seus pés
então não me impeça de ir onde devo ir
eu não quero suas palavras de sofreguidão ou azar

você pode cortar todas as cordas e cortar todas as minhas palavras ao meio
você pode tirar tudo o que quiser de mim e todo meu oxigênio
você pode apagar todas as minhas memórias e os meus textos se quiser...
você pode destruir meus castelos de areia e meus sonhos de papel
você pode derrubar o muro que ergui ao meu redor e minha casa n'árvore
você pode apagar meus desenhos da parede e minhas poesias pueris...

(sempre um céu acima,
sempre um sonho acima)

Nosso brilho em eco espacial

Quando as nuvens se abriram no céu
e pudemos nos ver tão claramente
pude ouvir o vento percorrer todo meu corpo
pude sentir todas as cores ao meu redor
pude sentir cada gota de orvalho em mim
pude ouvir todas as batidas do seu coração

Quando você gritou meu nome
nós brilhamos como as últimas estrelas
eu pude ver o brilho tomando conta de nós
quando alçamos voo para o infinito
eu pude beijar seus olhos e sua testa
eu pude tocar sua palavra e seus cabelos

Quando a poeira abaixou no deserto
e pudemos nos ver como somos realmente
pude sentir o calor do verão em minhas mãos
pude ouvir os trovões e as ondas do oceano
pude ouvir os tambores antigos nos saudar
pude sentir teu calor em meus braços

Quando você gritou meu nome
cada segundo foi brilhantemente eterno
eu pude ver o quanto somos poderosos
ao som de cada estrela explodindo no céus
eu soube que estaríamos presos como antes
eu pude sentir cada dia do nosso futuro cósmico

Quando você gritou meu nome
eu ouvi as cores
eu provei as músicas
eu senti o invisível
e soube que nunca mais estaria sozinho...

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Após o reinado

Estou me destruindo
sem ao menos me levantar da cama
Estou desaparecendo do espelho
não tenho chances de chegar à rua
tudo a minha volta se deteriora...

Estou me levantando
em meio aos vidros e aos arames
Sangrando...
Estou me contaminando dessa química
onde estão todos afinal...

Eu ouço o silêncio do vazio da cidade
o que aconteceu foi definitivo
Eu nunca havia visto isso nos filmes
meus olhos lacrimejam sem controle 
nada importa mais nestas cinzas...


Eu não posso dormir esta noite
não depois de tudo o que aconteceu
Eu não entendo como continuar
não há alternativas além de desistir?
eu não entendo...

Estou me refazendo
das explosões em minhas mentes
Estou tentando recomeçar sem a vida
que existia antes ao meu redor
está um pouco complicado aceitar...

Estou vendo tudo desmoronar
meu castelo se desfez nesta manhã
e não há como reconstruir...
Estou me perdendo aqui
não me deixe voltar para a cama...


domingo, 18 de maio de 2014

Felizmente

Por onde andas quietamente
com esse seu olhar tão meigo
de boa pessoa...?
Por que me cercas sutilmente
desse jeito tão bonito
e com essa luz nos olhos...?

Não sei se estou fantasiando
ou será mesmo verdade
Você me confunde os sentidos
ou será que estou fácil demais

Não sei de suas pretensões
(talvez eu nem queira)
Você se esquiva mas me ataca
seria um sonho ou é o que penso

Por onde se esconde
subtamente
que eu não te encontro
nem em meus sonhos...

sábado, 17 de maio de 2014

Sobre o medo e as pessoas fracas

Não há o que temer quando se vive em uma guerra
Se o cotidiano são bombas e palavras de ordem
Não há onde se esconder dos ferimentos de estilhaços

É uma revolução o que acontece do lado de fora
Aqui onde tudo é perigoso, você não têm chances
Todos são conscientes e mesmo assim correm

Seja bem vindo ao seu medo de viver e seguir adiante
A pior derrota é esta que você mesmo provoca
Sentindo-se perdido mesmo antes do jogo começar

Ainda que me cortem as mãos
Continuarei dizendo as verdades que me valem
Enquanto você se curva e aceita a humilhação

Não há o que temer se isolando da vida lá fora
Enquanto as explosões acontecem na sua mente
A vida segue do lado de fora do seu castelo imaginado

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Observações

Em um jogo tão confuso de regras
Em um jogo de peças perdidas
num tabuleiro devastado
ou na ruas da vida
Eu observo de longe
Seus movimentos distantes de mim

Em um campo minado de ódio
Neste território desolado
de poeira e fantasmas
ou ainda radiações alheias
Eu te observo de longe
Seus sorrisos e reações contra mim

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Por uma noite a mais

noite infinita
de sonhos impossíveis
todos em glória
ao luar imaginário
noites perdidas
no tempo e no espaço
caminhos ocultos
por onde iremos?
noites frias
e olhares cruzados
sentados no gramado
ou em dança
noites estranhas
ninguém disse isso!
nos vemos pelas esquinhas
vivemos em esquinas
noites infinitas
para sermos livres
noite infinitas
em finitos sonhos... 

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Razões

Não há razões para celebrar
outro dia nenhum olhar
que me alcance que me complete
Mais um dia sem encontrar

Não há motivos para sorrir
pois o sorrir já não existe mais
Não há razões para se emocionar
sem ter com quem compartilhar
Não há risos ou alegrias
que me valham o dia
Não há feitiços de amor
que transformem meu humor
Não há razões para celebrar
um outro dia sem encontrar
um par
um mar de razões
Não há razões para sorrir
sem sofrer
e querer morrer...

terça-feira, 13 de maio de 2014

Universos Paralelos

criando ilusões a cada olhar e do lado de fora de minha vida a vida segue como em um universo paralelos e minutos antes de eu desistir a roda gira e tão breve quanto antes nossa história não tem mais sentido e todas as minhas falas anteriores foram esquecida varridas para debaixo de meu túmulo... eu me engano a cada esquina e em cada rua um novo mundo se forma com frases em balões e ironias ao pé do ouvido não consigo mais enxergar o mundo de antes e me perco em outros mundo subjetivos e aleatórios mundos de felicidades ou mundos disformes de dor e sofrimento... criando mundos onde eu possa viver preso em mim mesmo e livre dos outros eus estou me perdendo me perdendo aos poucos da realidade estou me obrigando a aceitar as coisas como elas deveriam ser mas não alcanço mais a plataforma... eu não consigo parar e como se um milhão de portas se fechassem na minha face e você mal sabe o que sinto sangrando após correr e fugir e me esconder não consigo olhar pela janela o outro lado de mim mesmo... estou me perdendo esperando por salvação em um mundo criado por mim longe de toda essa bagunça que se tornou a realidade

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Adormecido no sofá

Não sou vento nem brisa
Não sou mar nem gota d'água
Não sou pedra nem penhasco
Não sou chama nem vela

Não sou esperança
nem ao menos um telefonema
Não sou vitória
nem classificação no pódio
Não sou alegrias
nem a festa de despedida

Sou a razão por você estar
tão desesperado em busca de algo
Sou a razão por sua busca
por paz nesta noite fria
Sou a razão de você sentir-se
nos braços de um anjo
toda vez que adormece no sofá

Não sou sua conquista
Sou aquilo que você precisa conquistar


domingo, 11 de maio de 2014

O Círculo da Floresta

Lua cheia em céu estrelado
Elas dançam lado a lado
Uivos agudos na escuridão
O fogo crepita e celebra a união
Dança e roda, dança e roda
Longe estamos de qualquer moda

A noite é nossa assim como a canção
Ninguém nos têm na palma da mão
Lua de prata no infinito escuro
Somos livres de coração é puro
Dançamos no noite de celebração
Rodamos a chama da invocação

Lua cheia em céu estrelado
Ele dança tal qual enfeitiçado
O jovem iniciante da reunião
Agora um servo da nossa missão
Nossos corpos dançam ao luar
Mãos para o alto par abençoar

As árvores tendo a única visão
Dos elementos da comunhão
Terra e fogo, água e ar
Hoje se unem para festejar
Ó grande Deusa venha até o cículo!
Aqueça-nos! Liberte seu espírito!