terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O peso do amor

Tudo isso é verdade

As coisas que acontecem comigo

Estão soltas pelo vento

E eu não posso controlar mais

Tudo que eu olho

Sou capaz de amar

No mesmo instante

Na mesma intensidade que eu amo a mim

Tudo isso é verdade

Meu amor cresce

E eu não posso conter nenhum impulso

Por favor, me perdoe

O peso do amor cai sobre mim

Afaste tuas mãos

Não sou capaz de segurar meus instintos

E toda dor agora eu sinto

O peso do amor

Está em meus ombros

Afaste-se de mim ou me acompanhe

Por favor, me perdoe

Porque eu não sei mais o que dizer

Não quero parecer mais tolo que sou

A dor aumenta aos poucos

Minha embriagues

Impede-me de correr

Diga-me o que quero ouvir

Ou então me deixe afogar

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Cápsulas Anacrônicas

Eu caminho rápido descendo a rua

Sigo meu instinto sem olhar para trás

Numa busca efusiva por algo que desconheço

É a única coisa que eu quero fazer

(e não me olhe assim)

Nas noites quentes eu encontro meu outro mundo

Se por acaso eu não te reconhecer

Desculpe-me pela minha falta de apego

Siga minha sombra e não interrompa minha dança

(eu não lamento por você)

Há uma atração óbvia por fugas ilícitas aqui

Que me faz esquecer o menino em casa

O mesmo menino antes amedrontado pelos trovões

Pode agora gritar e ser maior que próprio céu

(e eu sou maior que céu)

Meus inimigos estão do outro lado da linha

Enquanto eu fico fascinado pela situação de me encontrar

Perco-me mais a cada estrela cadente

O que houve comigo, apenas um dia ruim

(quero outro alguém)

Enquanto isso me dê tua mão

Vamos descer rápido está rua estranha

Antes que o sol nasça para um novo dia

(e eu tenha que acordar)

sábado, 3 de janeiro de 2009

Proibidos

no quadro-negro escrito: não
e na televisão: um não
nos monumentos outro não

e no gramado diz que não...

se pode caminhar, pisar,
fotografar, deitar, nem namorar...

a vizinhança grita: não
a sua cara estampa um não
na prateleira diz que não

e no gramado diz que não...

se pode caminhar, pisar,
fotografar, deitar, nem namorar...

TODOS OS PAIS
TEUS TIOS E AVÓS
SEUS FALSOS MESTRE
E ESTRANHOS
TODOS DIZEM QUE NÃO

se pode mais pensar, falar,
rezar, gritar, cantar, sonhar...

e nem transar!

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

último boêmio

em plena noite estranha
olho o céu sem estrelas
deixo meu corpo cair
e mesmo assim não as vejo

não tão sozinho
longe de casa me sinto bem
não tão sozinho
esperando por alguém

e como o último boêmio
pela rua deserta eu caminho
sem a música dos poetas
e mesmo eu danço

não tão sozinho, agora
estou em paz
acordado nesta noite de verão

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Enciclopediando-me

A
Arte. Essência
Amor. (ver Nada)
B
Basquiat. [1] Artista pobre ou pobre artista. [2] (ver Único)
Brainstorm. Aquilo que acontece antes da bonança.
C
Conceito. Aquilo que eu quero de fato.
Cores. Frida Kahlo
D
Deleite. Prefiro 'deabsinto'.
Deus. A criança mais ocupada.
Duchamp. O ilusionista.
E
Essência. Arte.
Eu. (ver Paradoxo)
Eu Lírico. Freak.
F
Fanzine. Meu livro de artista.
Fluxos. Caixa de pandora da arte contemporânea.
Fuga. Um tobogã conceitual.
G
Gênio. (ver Quentin Tarantino)
H
Homem. Criado pela Xerox.
Hallellujah. Mantra.
I
Imaginação. [1] Ação de viver fora. [2] Autismo consciente.
J
Junior. Aquele que não é Senior.
L
Leis. Clichês desnecessários.
Literatura. (ver Fanzine)
M
Malfati. Aplaudi, logo depois de bater no sobrancelhudo.
Mundo. A roda de Duchamp.
Música. De Chiquinha à Maria.
N
Noite. Onde eu posso ver os outros sem que me vejam.
Nada. Aquilo que eu não conheço.
P
Pagu. Namorei.
Paradoxo. [1] Banho de chuva sem se molhar. [2] O que acontece na minha cabeça.
Pop Art. Andy.
Q
Quentin Tarantino. Gênio.
R
Regras. (ver Leis)
S
Sonho. Ser Di Cavalcanti.
T
Temor. O Muro.
T.V. Circo contemporâneo.
U
Único. Aquele ou aquilo que não cabe na máquina de xerox.
V
Vanguarda. Onde meu nariz chega primeiro.
Você. Surrealismo barato.
X
Xerox. Criada pelos homens.