quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Nas nuvens

A noite me revelou, o final no ciclo.
Eis que o oráculo nuvígeno fez-se acima de mim,
e os sinais foram claros e reveladores
é chegado o final de um ciclo
as mudanças não tardam a se cumprir.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Pós Festas

colhendo os frutos que plantamos
sob a chuva fina e cortante de ácidos
percebemos o quanto perdemos
e sentimos as dores de um passado próximo
porém se não fosse nosso sangue a encharcar a terra
não teríamos frutos, não teríamos cicatrizes
não teríamos a história para contar
e sob a terra estaríamos presos
em momentos como hoje
onde nossa famílias e amigos
se perdem na nuvem de fumaça das bombas
neste tempo de ruínas e destroços
percebemos o quanto somos iguais
iguais a este solo pobre e infertil...

colhendo os frutos de sonhos imaginados
não temos tempo para descançar
a corrida da área de impacto pode nos salvar
estamos no alvo, no centro mórbido

sábado, 19 de dezembro de 2009

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Acordo de dor

Esta doendo?
Essas feridas que fazzemos a cada dia
- O que sinto é realmente o que sei?
E todos a minha volta não sentem igual
Esta doendo em mim
Mas isso já não importa para ninguém
Se as dores são meras quimeras da noite
Procurarei ficar de olhos abertos
E quanto a você? Dói?
Façamos um trato e selamos com sangue
Sob a chuva que nos molha

Venha siga-me
Deixe-me curá-lo dessas dores de fogo
Mesmo que eu corra, mesmo que eu tente
O problema não me abandonará
Esta doendo em você?
Se eu ao menos pudesse subir ao topo do mundo
E bradar aos quatro ventos por sua cura
Ainda que a dor aumente em meu peito
Façamos um trato e selamos com sangue
Sob a chuva que nos molha

domingo, 13 de dezembro de 2009

Diálogos I

- Você não entende podemos mudar tudo nesta tarde!
- Não, eu não quero mudar as coisas, elas são como são...
- Mas podemos mudar sim se quisermos...
-...Nada mudará, e você com esse seu ar de super-herói não irá conseguir ir longe! Não percebe o que esta fazendo com você mesmo.
- O que você esta dizendo, isso não se trata de mim!
- Sim, é sobre você e seu ódio com aqueles estranhos novatos...
- Olhe para você não consegue aceitar o fato de que esta imóvel na frente do prédio em chamas...
- Não sou eu quem quer mudar tudo a minha volta, enquanto...
- Mudar, pelo menos eu tento
-...Enquanto fica aih lutanto causas de outros, pessoas morrem nas ruas, crianças são abusadas no galpão abandonado, políticos riem da população...
- Não adianta! Eu não consigo ser igual a você, tomar um Prozac e pensar que tudo esta bem!!!
- Então vai e se suicide na frente daqueles que irão cuspir em seu corpo...

sábado, 12 de dezembro de 2009

Revelações de Seth I

De tempos em tempos seres especiais nascem em diferentes lugares, com o propósito de iluminar o que antes estava assolado pela treva, de consertar o que foi danificado pla ignorância, e de reencaminhar aqueles perdidos no caminho do bem e dos 'poderes que valem'. Não é facil essa missão. Para cada ser iluminado existem outros do lado da sombra. Muitas vezes nos deparamos com engodos estratégicos: espiões do lado das sombras trabalhendo de forma voluntária do lado da luz, esses sim ão os inimigos mais perigosos. E já não bastava a batalha contra o mal externo, ainda existe a batalha contra esses que se fazem de aliados e que num descuido, assim que assimilaram informações demasiadas importantes do inimigo, te apunhalam pela retaguarda e cantam vitória ante a legião do mal.

É de extrema importância que os olhos e as mentes estejam abertos para que nenhuma possibilidade desses interferências ocorram. "É arduo o caminho das trevas que nos conduzem à luz", já dizia o pensador. Que não exitemos perante o desafio de sacrificar aqueles que pensamos conhecer, pois no mais tardar das horas esses ditos 'aliados' se oporão aos guerreiros da luz, e a batalha mais sangrenta se culminará na noite sem lua.

domingo, 22 de novembro de 2009

Crônicas do Fim

ii

Ao passo que a humanidade ensandecida sem suas tecnologias continuava sua vida, agora com fenômenos que nem a ciência, nem a religião conseguiam explicar, aos poucos uma “aparente normalidade” foi se adequando ao cotidiano das cidades. Três semanas após a tempestade magnética solar, técnicos e especialistas das diferentes áreas conseguiram re-estabelecer alguns setores que dependiam da energia elétrica, que passou a ser artigo de luxo. As comunicações retornaram ao passado e os velhos aparelhos de telégrafos ganharam status de indispensáveis.

As viagens internacionais, feitas pela água, estavam liberadas apenas para aqueles que não estivessem em sua terra natal, pelo contrário era quase impossível devido ao forte esquema de segurança das divisas dos estados maiores.

O que os habitantes da Terra desconheciam era o que se passava lá fora. Ainda sem ter como manter comunicação com o planeta, os sete astronautas da Estação Espacial Internacional foram considerados mortos pelos centros de inteligência espacial de seus países de origem. Oque de fato não havia acontecido...


terça-feira, 10 de novembro de 2009

Crônicas do Fim

i

Primeiro foram os 'apagões'.

Enquanto todos pensavam em se tratar apenas de uma falha no sistema de abastecimento de energia, as quedas foram se tornando mais frequêntes e duravam cada vez mais horas. Somente aqueles que trabalhavam diretamente nas centrais de energia das grandes metrópoles sabiam que não havia explicação para tantas falhas.

Depois vieram as tempestades eletromagnéticas.

Os satélites da Terra entraram em pane, como num jogo de dominó, um a um, desde os mais simples, de coleta de dados climáticos, aos mais sofisticados, de grandes empresas de informações aos das agencias governamentais.

A Estação Espacial Internacional, sem seus instrumentos de navegação ficou a deriva em órbita do planeta. Enquanto aqui embaixo nenhum aparelho eletro-eletrônico funcionava, tornaram-se obsoletos.

À medida em que os dias se passavam acostumou-se a viver assim. Durante o dia trabalhava-se para que durante a noite todos ficassem seguros.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

vias

Você sempre aprende que deve seguir pelos caminhos mais limpos, claros, e movimentados. Mas em algum momento da vida, em um dia avesso a todos os outros, será necessário passar por essa via escura, suja e deserta. E então o medo vem. E não só ele pois todos os seus fantasmas saberão o que te aflige e isso só irá piorar a situação. Então o que fazemos? Recusamos sugestões e caminhamos por onde quisermos durante toda a vida já esperando pelo pior? Ou seguimos a maré dos que se julgam espertos e continuamos bonzinos, e quando for preciso morreremos primeiro?

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O que há de belo no meu reflexo?

E o que são seus próprios prazeres? Teu dia mais feliz foi quando viu o pôr-do-sol pela primeira vez. O que podemos dizer se passamos grande parte de nossa vida presos na mentira que nos são afixadas nos postes. Sequimos nossas vidas sem olhar para os lados, assim perdemos tudo aquilo que poderia nos tornar diferentes: um sorriso de um estranho, que dois anos depois seria seu marido; um anuncio em um outdoor qualquer, o emprego que te levaria a um cargo de muita importância; uma esquina errada que te fez se perder, o levari a conhecer aqueles a quem ajudaria por muito tempo. Ao invés de cumprirmos aquilo a aque nos é predestinado, escapamos, por um triz, o que infelizmente não é a melhor opção. O que o torna humano? Se não as relações que acontecem com o passar do tempo, esse mesmo tempo que te enfraquece e te apodrece? Vejo estrelas, mas o céu ou esta escuro demais, ou está limpo demais, e amanhã nem será um belo sábado. Vejo as árvores, mas o vento esta tão forte que suas folhas caem e se perdem pelo chão. E onde estão meus sonhos apagados como as nuvens, como as ondas, como os gestos... Se se esquecer significa viver a vida de acordo com os dogmas, eu prefiro fugir a nunca ter que me encontrar...

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Eventualmente

... olhe a sua volta
todos correm, por quê?

eu olho para o chão da avenida e vejo um retrato vazio

o que eu deveria procurar?

o céu cinza me amedronta, e o silêncio me bate!

todos ainda correm
sem direção.

...

domingo, 27 de setembro de 2009

um dia de perdas

ás vezes me encontro sozinho pensando nas coisas que poderiam ser
são tantos os erros não cometidos por temor ao desconhecido
que sinto uma vontade louca de deixar esse trem
as muitas perguntas que surgem e não possuem respostas prontas
fazem com que as pessoas deste tempo não possam ser elas mesmas
e eu me incluo neste vagão
o senhor de cigarro na mão que deixou de dizer bom dia para ela
a garota que pedala pelas ruas sozinha não conheceu seu amor no parque
e em um dia nublado eu não pude sorrir para desconhecidos

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

graystorm

e no silêncio da sala minha mente grita milhões de palavras eu não posso fugir nem ao menos me esconder palavras afiadas e palavras de veneno são tantas as coisas que acontecem que eu não me imagino longe disso a atmosfera me sufoca e as paredes me prendem de tal maneira que sinto a dor em meus ossos nenhuma lembrança é verdadeira para pessoas como eu e pessoas como você andam longe de mim mas não se afaste muito sem que eu possa perceber você não caminhe no escuro pois você pode tropeçar em meu corpo fúnebre tenho a sensação de já ter estado aqui mas isso é mera paranóia de quem não se sente bem em lugar algum e tudo nos separa para o mais longinquo deserto das ilusões sem emoção sem sentimento ou amor meninos como eu não sabem e nem nunca irão saber o valor de se viver completamente ao contrário daqueles que morreram com o número vinte e sete ou aqueles que adiantaram tal dígito eu perssigo um trem imaginário e o tempo ele vai nos jogar pelo abismo do universo paralelo a essa merda toda...

sábado, 5 de setembro de 2009

volta

quando era o outro eu deixei essa cidade
sem jamais pensar em retornar
eu brindei as noites frias
eu bailei com as estrelas de outrora

como as estações do ano que se repetem
em todo calendário
eu precisei voltar nesta primavera
sem querer me afundei nesse solo

longe daqui um dia eu fui melhor
agora nesta casa pertos dos teus
já não me reconheço
e talvez não consiga mais retornar

longe daqui u fui
agora
já não sou...

terça-feira, 1 de setembro de 2009

eu tive

eu tive tempo o bastante para te observar
eu tive medo o bastante para não me aproximar
eu tive todo o tempo para saber tudo
entre o bem e o mal da questão

eu tive vontades encobertas pelas nuvens
eu tive vergonhas pelas quais não fui capaz
de agir em benefício próprio

eu tive temores mas isso não importa
eu mantive meus defeitos nessa música
que ainda ecoa a todo tempo

eu tive tempo suficiente para fugir
e eu tive tempo de menos para perceber
que nenhum tempo pode me deter

e gastei todo o tempo que tive tentando ser
o que nenhum de vocês queria que eu fosse

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

níveis de mim

Paranoid: High
Schizoid: High
Schizotypal: High
Antisocial: Moderate
Borderline: Very High
Histrionic: High
Narcissistic: High
Avoidant: High
Dependent: Very High
Obsessive-Compulsive: High

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

você esta no céu mas não pode ver as estrelas

olhe para você refletido no rio
alguém passou na outra margem
mas você estava distraído
olhe para você nem percebeu
que o céu mudou depressa

somos nuvens flutuando no vazio

não há nada pronto para você desistir
não há ninguém que não aceite mais um jogo
não há quem esteja salvo [isso é verdade]
tudo que você precisa é acordar

não há por que você dizer não
tudo que você precisa esta aqui para você

olhe para você longe das pessoas extravagantes
elas se aproximam e você se afasta
olhe para você no ponto de ônibus
nada a sua volta muda mas você não permanece o mesmo
você que voa sozinho

somos nuvens flutuando no vazio

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

devaneios

a música invade o ambiente como a fumaça dos cigarros

[é um misto de som e nevoa]

somos todos etéreos na noite de sexta dia 14

e eu não posso conter meus sonhos

diante de mim mais uma ilusão da fada

meu copo de vidro não está cheio de esperanças

[é só um copo de sonhos]

olhando a minha volta vejo personagens caídos

personagens fora da minha biblioteca

vejo os jovens vintages e suas roupas glam estampadas

vejo os perdidos políticos da revolução

[e não há nada para se lutar hoje]

vejo os rebeldes sem noção da realidade

vejo menininhas e seus brinquedos baratos

vejo os boêmios um século atrasados

[com suas belas palavras e sua solidão ébria]

vejo vultos do passado

dançando pelas paredes estampadas de faces

acendo mais um cigarro

e tendo entender essa era de aquário [de tantas alegrias vãs]

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

movimentos secretos

mova-se lentamente na calada da noite
mova-se lentamente no banco frio dessa praça
mova-se lentamente quando ninguém te observa
mova-se lentamente mas procure a saída

a lua alta sabe o seu plano
e todo esse silêncio
espalha os seus códigos
toda sombra é cúmplice

olhe diretamente para a avenida deserta de barreiras

mova-se lentamente na calada da noite
mova-se lentamente no banco frio dessa praça
mova-se lentamente quando ninguém te observa

olhe diretamente para a avenida deserta de barreiras

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

a última noite do fim

prazer em conhecê-lo
mas o tempo não é favorável
as mentes se deturpam em cada esquina
e ela nunca mais voltou para casa
neste dia de inverno
ninguém se importa, ninguém entende

em estado letárgico
pela segunda vez neste aniversário
as estrelas não caminham pela noite
este é o dia mais importante de sua vida
pois eu te verei lá fora
ainda que você não entenda, ninguém entende

eles dizem que um dia era normal
a paisagem opaca dessa cidade
isso me deixa mal e com vontade de cair
mas eu sei que nada é como antes
e o ela pensa que eu ligo, ele não entende

e eles julgam nossas roupas
mas nossa nave esta camuflada
longe desse sujo comércio de vidro
eles não entendem
e eu não quero entender isso

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

resumidamente dois anos

certa vez eu escolhi essa cidade
esqueci o passado e subi no alto desse morro

eu queimei os retratos antigos
e recomecei por novos caminhos estranhos
e um a um eu conheci os mistérios que eu nunca quis
para longe andei, bebi a noite fria,
me perdi dos meus para quem sabe quando voltar

uma vez eu estraguei tudo
esqueci-me de mim e deixei e as coisas mudaram
as noites eram estranhas agora
tudo parecia mudar rápido demais
e mais uma vez eu decidi esquecer as caixas no chão

revelações e provações e juramentos silenciosos
risos perdidos por entre desafios
e por outras noites bebi e contive o 'maior segredo do mundo'

mas por outra vez eu estraguei tudo, talvez
esqueci-me de mim e daquilo que eu escolhi
as noites já não me pareciam belas
parti
para um outro estado de vibração

agora apenas o tempo dirá
não pretendo nem desejo voltar
as coisas correm mais rápidas do que antes

agora apenas o tempo dirá
se eu estava certo todo o tempo
e ainda sim estragamos tudo

sábado, 1 de agosto de 2009

duo

eu não sei mais dançar... eu não sei mais beber...
eu não sei mais curtir uma noite...
estou morrendo... deixando de ser eu

junior bittencourt

estamos morrendo deixando de ser nós,
enquanto estão sendo o que não são
nuna nischiyama

sábado, 25 de julho de 2009

Espetáculo do J.

A celebração do Sr. João
Começa com o pôr-do-sol
Na contramão e sem confusão
Com a marcha do caracol
E o Sr. João se balança na ponte
Com as mãos na fronte
Sem medo ou razão
E antes que conte até um milhão
O Magnífico dispara o canhão
Boooom...
É a mágica!
É ele o fodão!
E lá vem anões na Parada de João
Vestidos de abobora, púrpura e limão
Dançando como focas
Na festa sem tortas
E tudo isso acontece
Nas esquinas sem nomes
O Sr. João e O Magnífico
Divertem-se como grandes irmãos
E é assim até o raiar do dia
Quando chega a tia
E põem fim a curtição
do Sr. João
É!

domingo, 19 de julho de 2009

sem um lugar seguro

eu ouvi seu chamado
mas isso foi apenas em minha mente
as ruas estão em silêncio
e o céu azul parece calmo demais

um clarão no horizonte
eu começo a ter medo agora
o que sobrou da cidade
esta cinza

em minha memória conturbada
uma imagem de tempos felizes
e seus olhos eu me lembro eram azuis
agora não existe um lugar seguro para chorar

um clarão no horizonte
eu começo a ter medo muito medo do que virá
o que sobrou da cidade esta longe de ser belo
esta cinza

eu ouvi o seu chamado
mas era tarde
eu caí

terça-feira, 7 de julho de 2009

Por paz e quietude

Grandes pessoas sempre morrem
e deixam profundas marcas pelo mundo
e os podres continuam...
Destruindo toda a avenida e toda a paz
trazem desordem e revolução
(e as ruas se enchem de sangue)
As casas são refúgios de crianças
e um bebê chora por quietude!
E na TV  o caos instalado no país
guerra de homens, mulheres e idosos
crianças choram por quietude!
Não há um beco para se esconder
a força dos grandes dominam tudo
e o que fazer para se salvar?
Se todos fogem e criam a compaixão
(e não há um momento de paz!)
Crianças choram por quietude!
e eu grito por liberdade...
Neste tormento o sonho predominará!

domingo, 28 de junho de 2009

hora H

o tempo escureceu
e nem é noite ainda
bombas caem
pessoas correm
é a revolução chegando

os gritos são selvagens
e a destruição é grande
bombas explodem
pessoas morrem
é a revolução acontecendo

sexta-feira, 26 de junho de 2009

horizonte esperado

eu
esperei por muito tempo
eu
sentei-me debaixo a última árvore
foi então que você chegou
e me chamou para caminhar
nós
caminhamos por horas
e conversamos por vidas
nós
estávamos indo em direção ao futuro
o nosso

sábado, 20 de junho de 2009

caminhante

você caminha pela noite
e o que ouve?
você caminha sozinho
e o que acontece à sua volta
silêncio
você caminha e eu nada vejo
estamos aqui no meio do campo
longe da cidade e você me abraça
somos únicos
nós

domingo, 31 de maio de 2009

encontro

seja minha paz
num turbilhão de problemas

você apareceu
na noite clara de outono
surpreendendo-me com perguntas
e perguntas mais
sobre o que penso
o que faço
sobre tudo o que existe em mim

se minha arte te fascina
você me fascinou além

agora que você esta aqui
o que será de minha arte
o que será de mim

seja agora a paz de que preciso
nesse turbilhão

que eu serei a tua âncora

segunda-feira, 25 de maio de 2009

para provar

prove-me que as cores existem
eu as vejo mas não posso tocá-las
prove-me que as estrelas estão lá
eu as vezjo mas não posso tocá-las

estou cansado de ver as coisas
sem poder tocá-las
cansado de existir aqui
sem saber o porquê

eu vejo as pessoas
sem saber se elas existem
eu vejo os outros
mas não sei se estão aqui

prove-me que as cores existem

por todo lugar que ando
vejo coisas sem tocá-las
por toda parte
em toda rua que ando
pessoa que não posso tocar

prove-me que as estrelas existem
e que elas me veem também

quinta-feira, 14 de maio de 2009

mudanças

é necessário partir
para outro mundo
para nova vida
uma nova aventura espera-nos
o dias serão difíceis
mas para cada mudança hoje
uma surpresa no futuro
e assim seguimos

terça-feira, 28 de abril de 2009

como era antes?

antes de os sinos cairem em ruínas
antes de as árvores serem queimadas
antes de as vozes se calarem par sempre
como era antes?
antes de eu ser o que sou
antes de o mundo ter se tornado tão frio
antes de vivermos escondios
como era antes?
antes de tudo isso acontecer?

quinta-feira, 16 de abril de 2009

objetivo

seguir na contra-mão
ás vezes não é opção
é o único caminho
para se chegar...

tantas placas de para
não te fazem parar
corra e continue
para se chegar...

quarta-feira, 8 de abril de 2009

soluços

chora por dentro
chora no espelho
chora na cama
no travesseiro

chora para ela
chora de frente
chora por ele
e por tudo o que sente

chora...
não dorme
culmina
na madrugada
chora...
sem hora
sem rumo
no escuro

chora agora
letras e lágrimas
chora e soluça
por toda vida...

na terra
errada
e chora
por que
sobrevive!

segunda-feira, 30 de março de 2009

árvore sem flortesta

há uma nuvem no céu do entardecer
e alguém baila sozinho pelo gramado

uma árvore sozinha sente o vento frio
e suas folhas caem no chão para ninguém...

há uma voz ecoando pelo quarto vazio
e ninguém recebeu a última carta

uma árvore sozinha sente o vento frio
e suas folhas caem no chão para ninguém...

o telefone toca e não há gente em casa
uma estrela surgiu mas o céu esta tão nublado

e aquela velha árvore suporta as tempestades
mas ninguém a contempla

e sozinha ela chora...

sábado, 28 de março de 2009

Rede de Sonhos

fecho os olhos para ver
e posso ver longe
vejo as nuvens de algodão
e tudo pelo chão

grãos de areia
e estrelas eu posso ver
vejo os camelos no deserto
e cometas bem de perto

eu sonho conho com o irreal
e o real deixo fluir
sonho com as cores fortes
e a estrela lá do norte

sinto meus sonhos
e eles são fortes o bastante
eu sonho com balões coloridos
campos e parques floridos

eu vejo a tristezae a esqueço
voo o mais alto possivel então
eu sonho com paz
estampada no maior cartaz

sons das estrelas
silêncios noturnos
vejo tudo bem de perto
vejo o errado e o certo

ainda que seja sonho
eu sonho...

domingo, 8 de março de 2009

Álcool #1

É triste o meu reflexo

Neste amanhecer

Enquanto você dorme

Minha mente se refugia

Em algum mundo paralelo

Ou em algum buraco mundano


As pessoas dizem bobagens

Eu não ouço nenhuma música

A cada piscar de olhos

Desejo-te mais que tudo

Mais que o próprio ar

Além de minha vida


Mas é só o efeito do álcool

Numa madrugada triste...

sexta-feira, 6 de março de 2009

retomada

e as aspirações de um ser pensante continuam
e não devem parar nem por um segundo apenas
ou então os carros passam
ou então os carros já estão voando...

tudo em seu lugar após umas semanas tensas
nebulosidade total
enfim...

a vida segue como um camelo pelo deserto
mas segue

sob o sol quente de dias quentes
eu sigo pelo trilho sem trem

e no fim chego...

novas faces, novas dúvidas, novos medos...
e a mesma coisa de sempre:

'que cara estranho, chato'

'é o novo professor de Arte'

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Brainstorm #01

olhos ardentes e a noite segue com suas psicoses cada um em seu leito com os sonhos que merecem e eu aqui com a lua cheia refletida nos olhos tento manter a mente ocupada mas por mais que eu tenha motivos e assuntos e palavras e desejos parece que ainda há um universo de vazio em mim meus pensamentos não se organizam e uma imagem sempre volta a imagem de você mas eu tento desviar e penso em tudo o que aconteceu comigo e tudo o que quero aconteça mas é inútil e uma sombra se apossa de mim quero chorar e dizer adeus mas não tenho forças e tudo o que eu sei me impede de cometer o pior então eu penso nas pessoas que me cercam e desanimo porque não conheço amigos suficientes para me acompanhar e não tenho amigos que me entendam e toda a hipocrisia me revolta ainda mais eu queria tanto fugir daqui com meu melhor livro e minha melhor música mas já que meus pés estão amarados e sinto-me aprisionado aqui sem forças para me soltar passo os dias perdendo minha inspiração e meu dom a cada dia sou menos do que eu era

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Belos Garotos

A história segue seu rumo tranqüilo

Neste dia quente de primavera

Os pássaros cantam para os garotos

Belos garotos em plena juventude

Uma vida inteira para viver

Em jogos e conquistas pessoais

Seus olhos negros brilham como jóias

Quando há perigo no caminho

Estes belos garotos

Com suas tatuagens vermelhas

E suas armas na bainha

Mostram-se capazes de guerrear

Por mais fama e ouro

Seus olhos azuis brilham como jóias

Quando há perigo no caminho

Estes belos garotos

Perdidos entre os escombros do mundo

Seus pensamentos vagueiam

Entre paixões e desejos ilícitos

Noites a fora em diversões

Seus olhos verdes brilham como jóias

Quando há perigo no caminho

Estes belos garotos

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

pelos minutos

Um dois três são

os minutos que conto

E de uma só vez

eu sigo ao teu encontro

Canto a nossa canção

para que todos a sintam

No meio a multidão

os pombos me imitam

A luz do sol me aquece

E nada me entristece

Vou ao teu encontro

Pelos minutos que conto

Um dois três

de uma só vez ao dez

Quatro cinco seis

dou um salto aos teus pés

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Alegoria de um cego

Eu posso te ouvir daqui

Quilômetros de dor nos separam

O medo tinge tua bandeira

Enquanto os carros atropelam os carrinhos de bebê


Eu posso te sentir de longe

O choro seco e contínuo

Tuas mãos fazem ecoar teu auto-espancamento

E o carteiro não nos trouxe novidades


Eu posso te ver ainda

Escalando o próximo altar

Mas você não olha para baixo

Pois teme o que não vê


Não se esconda debaixo da cama

Enquanto tua família morre

Você não precisa ler

Tudo o que te obrigam

Tua TV é apenas mais um algoz

Que você pediu em casamento


Não deixe que controlem

Sua mente indefesa

O que você guarda aí

São trapos de uma outra vida

E não será assim

Que você se protegerá do frio


Não se esconda debaixo da cama

Enquanto tua família morre

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Cativante Estelar

O seu sorriso é mais que

canção ao entardecer

Teus olhos me transportam

para longe dos problemas

Você sempre me acompanha

no atravessar da ponte

E juntos nós espancamos

os pesadelos com sonhos reais

Por que tuas palavras me afetam tanto

Se for verdade que existam anjos

Você de fato é o meu

Só você consegue me fazer rir

durante uma crise

Ninguém ousa te interromper

numa história

Mas agora tudo pode acabar

com tua partida

Eu não quero pensar no

amanhã sem você aqui

Porque tua ausência me afeta tanto

Se for para viver sem você

Eu escolho não viver

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O peso do amor

Tudo isso é verdade

As coisas que acontecem comigo

Estão soltas pelo vento

E eu não posso controlar mais

Tudo que eu olho

Sou capaz de amar

No mesmo instante

Na mesma intensidade que eu amo a mim

Tudo isso é verdade

Meu amor cresce

E eu não posso conter nenhum impulso

Por favor, me perdoe

O peso do amor cai sobre mim

Afaste tuas mãos

Não sou capaz de segurar meus instintos

E toda dor agora eu sinto

O peso do amor

Está em meus ombros

Afaste-se de mim ou me acompanhe

Por favor, me perdoe

Porque eu não sei mais o que dizer

Não quero parecer mais tolo que sou

A dor aumenta aos poucos

Minha embriagues

Impede-me de correr

Diga-me o que quero ouvir

Ou então me deixe afogar

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Cápsulas Anacrônicas

Eu caminho rápido descendo a rua

Sigo meu instinto sem olhar para trás

Numa busca efusiva por algo que desconheço

É a única coisa que eu quero fazer

(e não me olhe assim)

Nas noites quentes eu encontro meu outro mundo

Se por acaso eu não te reconhecer

Desculpe-me pela minha falta de apego

Siga minha sombra e não interrompa minha dança

(eu não lamento por você)

Há uma atração óbvia por fugas ilícitas aqui

Que me faz esquecer o menino em casa

O mesmo menino antes amedrontado pelos trovões

Pode agora gritar e ser maior que próprio céu

(e eu sou maior que céu)

Meus inimigos estão do outro lado da linha

Enquanto eu fico fascinado pela situação de me encontrar

Perco-me mais a cada estrela cadente

O que houve comigo, apenas um dia ruim

(quero outro alguém)

Enquanto isso me dê tua mão

Vamos descer rápido está rua estranha

Antes que o sol nasça para um novo dia

(e eu tenha que acordar)

sábado, 3 de janeiro de 2009

Proibidos

no quadro-negro escrito: não
e na televisão: um não
nos monumentos outro não

e no gramado diz que não...

se pode caminhar, pisar,
fotografar, deitar, nem namorar...

a vizinhança grita: não
a sua cara estampa um não
na prateleira diz que não

e no gramado diz que não...

se pode caminhar, pisar,
fotografar, deitar, nem namorar...

TODOS OS PAIS
TEUS TIOS E AVÓS
SEUS FALSOS MESTRE
E ESTRANHOS
TODOS DIZEM QUE NÃO

se pode mais pensar, falar,
rezar, gritar, cantar, sonhar...

e nem transar!

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

último boêmio

em plena noite estranha
olho o céu sem estrelas
deixo meu corpo cair
e mesmo assim não as vejo

não tão sozinho
longe de casa me sinto bem
não tão sozinho
esperando por alguém

e como o último boêmio
pela rua deserta eu caminho
sem a música dos poetas
e mesmo eu danço

não tão sozinho, agora
estou em paz
acordado nesta noite de verão

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Enciclopediando-me

A
Arte. Essência
Amor. (ver Nada)
B
Basquiat. [1] Artista pobre ou pobre artista. [2] (ver Único)
Brainstorm. Aquilo que acontece antes da bonança.
C
Conceito. Aquilo que eu quero de fato.
Cores. Frida Kahlo
D
Deleite. Prefiro 'deabsinto'.
Deus. A criança mais ocupada.
Duchamp. O ilusionista.
E
Essência. Arte.
Eu. (ver Paradoxo)
Eu Lírico. Freak.
F
Fanzine. Meu livro de artista.
Fluxos. Caixa de pandora da arte contemporânea.
Fuga. Um tobogã conceitual.
G
Gênio. (ver Quentin Tarantino)
H
Homem. Criado pela Xerox.
Hallellujah. Mantra.
I
Imaginação. [1] Ação de viver fora. [2] Autismo consciente.
J
Junior. Aquele que não é Senior.
L
Leis. Clichês desnecessários.
Literatura. (ver Fanzine)
M
Malfati. Aplaudi, logo depois de bater no sobrancelhudo.
Mundo. A roda de Duchamp.
Música. De Chiquinha à Maria.
N
Noite. Onde eu posso ver os outros sem que me vejam.
Nada. Aquilo que eu não conheço.
P
Pagu. Namorei.
Paradoxo. [1] Banho de chuva sem se molhar. [2] O que acontece na minha cabeça.
Pop Art. Andy.
Q
Quentin Tarantino. Gênio.
R
Regras. (ver Leis)
S
Sonho. Ser Di Cavalcanti.
T
Temor. O Muro.
T.V. Circo contemporâneo.
U
Único. Aquele ou aquilo que não cabe na máquina de xerox.
V
Vanguarda. Onde meu nariz chega primeiro.
Você. Surrealismo barato.
X
Xerox. Criada pelos homens.