sábado, 17 de dezembro de 2022

Não se pode sair da conexão

A luz se levanta das frias montanhas

Os raios despertam as copas das árvores 

Meus olhos outrora cerrados se inclinam a se abrir

Frente a mim o azul infinito de um céu esquecido 

nas palmas de minhas mãos a grama orvalhada...

Sinto o som dos animais matinais

Sinto o balanço dos troncos mais altos

Sinto o movimento do riacho ao longe

Sinto os pássaros nas copas e seus saltos

Cambaleio e levanto enchendo os pulmões

Com os aromas de flores e partículas de luz

Paraliso-me e concentro-me - sou uma árvore

Meus pés se aterram e o vento me abraça

circulando-me pedindo uma dança...

Sinto a força do bater das menores asas

Sinto o calor e a brisa na palma da mão

Sinto as mudanças climáticas a cada momento

Sinto o pólen, o aroma, a fragrância do verão