quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Cenário apocalíptico

As coisas acontecem
enquanto seguimos uma sacola plástica
voar pelos céus
Com olhos fixos, nos esquecemos de nós
e por instantes não existimos

Dizemos coisas que nos esquecemos
em seguida
Divagamos sobre aquilo que não sabemos
e quando somos questionados
Nem ao menos sabemos quem somos!

Você e eu costumávamos nos divertir
mas com toda essa crise
nos separamos
para melhor nos entendermos
A distância dói sem motivo...

Ultimamente temos vistos
a queda de muitos ditos fortes em outros tempos
e com eles velhos dogmas
E nós dois continuamos por aqui
assistindo de cima da casa

Temos visto as coisas acontecerem
de maneira tão rápida e errada
mas nada disso nos apetece
Continuaremos chorando
A cada lua crescente

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Ouvindo Roxi em minha mente

Roxi,
Porque me trancou dentro de casa
mais uma noite?
Roxi,
Você saiu e não levou seus documentos
Onde irei te achar tarde da noite?
Roxi,
Pela manhã disse que me amava
mas agora onde você está?

Estou com as mãos atadas
Sinto-me estranho, você me dopou?

Roxi,
Por onde vagas pelas noites
que desaparece de casa?
Roxi,
Todo aquele dinheiro que encontri
debaixo da cama, de onde vem?
Roxi
Você não esta sendo sincera!!!
Você não esta sendo verdadeira!!!

Estou com as mãos atadas
Sinto-me estranho, você me dopou?

Roxi,
O que esta acontecendo aqui?!

domingo, 21 de setembro de 2014

Outra noite estúpida

Tão cansado
esperando o momento certo
jogando cartas
pelo ar
ao meu redor
Estive por aqui
tempo demais para sonhar
perdi-me dos outros
e agora
não resta alternativas
que valham...

Tão cansado
das mesmas pessoas
olhando-me de modo diferente
sendo que elas são todas
iguais
em seus defeitos
Sou apenas
mais um
recostado
no canto escuro do club
Deixe-me outro cigarro

Tão cansado
para te ver chorar
por um amor maior
sem motivos para ser derrotada
Você será apenas mais uma
triste mulher
Não crie outra paranóia
já estou de saída
enquanto o sol domina o céu
Estou cansado de joguinhos
esta na hora de deixar o palco...

sábado, 20 de setembro de 2014

Belos monstros da madrugada

Quando o sol desaparece do céu
e o movimento da cidade cede lugar
para os perigos da noite
é geralmente nesse espaço de tempo
que eles saem de suas tumbas e
como quem não deve suas contas
eles invadem a cidade por diversão
Há anos acontece como um ritual
fogem de suas prisões domésticas
trazendo suas garrafas e cigarros...

Executam seus romances e suas fraquezas
Anjos e outros seres sob o luar torpe
Todos esses garoto e garotas
e criminosos da mente
com tattoos e lágrimas de esperança
trazem suas garrafas e cigarros...

Não há rumores ou desertores
eles realmente se entregam aos desejos
São belos monstros em sua maioria
Entorpecem-se por toda a noite
e acabam não encontrando o fim
nem a luz no fim do tunel...

Ás vezes as lágrimas se misturam
com as bebidas baratas e o sangue
Mas em todas as vezes
o que comanda é a vontade de gritar
um grande palavrão para a madrugada
Mas o acaso protege os malandros...

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Em busca do arco-íris

Gotas de solidão
e lágrimas de alegria
a chuva cai em meus olhos
misturando-se comigo
Minhas imagens refletidas
em uma poça qualquer
mostram-me o quanto
eu quero esquecer
de tudo isso e além...

Nada pode me acontecer agora
Nada pode me atingir sob a chuva

Mukunda Madhava Govinda Bol

O som das chuva sobre os telhados
chamam-me à vida (ainda que fracos)
Sou como um animal abandonado
nesta rua despreocupada com a tarde
Gotas de solidão
e lágrimas de alegria
nenhum arco-íris surgiu no horizonte
minhas preces não foram atenditas
tal qual as outras vezes

Nada pode me acontecer agora
Nada pode me atingir sob a chuva

Keshava Madhava Govinda Bol

Gotas de solidão
e lágrimas de alegria
Misturam-se sob os fracos raios de sol
e em meus olhos vejo as cores


segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Centro dos assuntos

Não estou me referindo a você
quando escrevo nos muros da cidade
Não estou falando de você
e penso ser justo te deixar de lado...

Não estou me referindo a você
então por favor não me ofenda
Alguém para gostar, é o que procuro
E este alguém não é você

Você sempre soube a verdade
Então por favor me esqueça
Eu não estou falando de você
quando cito ou conto uma história...

Não estou me referindo a você
quando desenho uma figura sem rosto
Não estou falando de você
quando falo ao teefone

Eu não estou falando de você
então por favor dê o fora daqui... 

domingo, 14 de setembro de 2014

Batalhas além dos olhos calados pela noite

Não há silêncio tão profundo
que não possa se desfazer em lágrimas

Ainda que eu enlouqueça
Batalho outras lutas dentro de minha cabeça
Posso parecer instável
Mas permaneço imóvel para os outros olhos
No fundo de todo poço se esconde a fagulha
de esperança como em uma sala de emergência
fria e dramática onde se pode dançar...
E tudo não passa de ilusão!
O tempo poderia parar e eu poderia ficar aqui
(eles nunca sentiriam minha falta)

Não há silêncio tão profundo
que não possa se desfazer em lágrimas

Ainda estou culpando a todos
por minha falta de coragem em encarar os fatos
Posso parecer assustado às vezes
Mas vejo cada dia como uma nova guerra
travada com meus demônios internos
E disso vocês nunca saberão!
E o quanto eu compreendo das coisas
vocês nunca saberão... de toda minha escuridão...
Não há o que me faça me reerguer...
(eles nunca sentirão minha falta)

A cada batalha
perco um pedaço de minha bondade

sábado, 13 de setembro de 2014

Outro sermão

Não conte para os outros
não deixe a porta aberta
estou me retirando dessa social
eu não preciso de outro sermão
Uma peça de mim foi destruída
e não preciso
estar incompleto agora
Não conte para os outros
ficarei ausente
feche a cortina e
esqueçam-me por algum tempo
Não será fácil
conseguir dormir
sem ao menos sonhar
Eu escuto as vozes
dentro de minha cabeça
e ás vezes penso em desistir
mas quando você me pergunta
como está sendo meu dia
eu caio sobre meus joelhos
Eu não preciso de outro sermão
Não conte para os outros
Apenas procuro por uma amizade certa
uma amizade com benefícios
Pode parecer estranho
(eu sou estranho agora)
Mas não conte para os outros
eu não preciso de outro sermão
a culpa é toda sua...

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Medicamentos

Eu não queria saber das coisas, mas me foram impostas
no dia do meu nascimento.
Já diziam os antigos que a ignorância é uma bênção
pelo fato de não acarretar novos problemas
desnecessários.
Essa escolha não me foi apresentada.
Desistir é uma e alternativa
ao turbilhão de informações que se acumulam
em minha mente frágil de alprazolam.
Não há quem me ajude.
Nesta noite sem nuvens no céu
vejo as estrelas sem a menor esperança
de um dia estar em paz.
Desistir sempre foi uma alternativa
que o conhecimento tratou de afastar...
De comprimido em comprimido
encontrei meu falso equilíbrio sob a chuva
e para trás deixei os dias de maior trevas...

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Eu não sei quem sou também...

Eu não sei seu nome
mas ainda te observo de longe
Eu não sei onde você mora
mas ainda espero você passar
Você já me notou?
Eu não sei por onde você anda
mas ainda te procuro
Eu não sei do que você gosta
mas ainda quero te presentear
Você já me notou?
Eu não sei de onde
você surgiu
mas apareceu em minha vida
e desde esse dia
você não sai
de meus pensamentos
Eu não sei teus sonhos
mas sei que você
aparece nos meus
Você já me notou?
Eu não sei sobre o futuro
mas ainda tenho esperanças
Eu não sei quando
te verei novamente
mas ainda estou esperando...

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Maré alta

A maré está alta nesta noite
e eu não sou de reparar
por esta lua que me observa
eu chamo pelo teu nome
Se até o mar se comunica
com o luar
porque você não a ouve
e surge para me acompanhar

A maré está alta nesta noite
e eu estou te esperando
deixe que a lua seja nossa guia
até que o dia amanheça
deixe que o mundo todo saiba
que nos perdemos...
porque as estrelas são testemunhas
que estou no limite da maré

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Coração de vidro

Um coração de vidro
em queda livre do sexto andar
até o chão da desilusão

Um coração de vidro
foi o que ganhei quando nasci
para suportar essa vida
Brilhante e enigmático
meu coração de vidro
protegido por escudos
e óculos escuros
Brilhante e enigmático
meu coração de vidro
escondido dos curiosos
e pintado de vermelho

Um coração de vidro
em que da livre do sexto andar
até o chão da desilusão

Um coração de vidro
tão frágil quanto as palavras
não suportaria essa vida
Confuso e ingênuo
meu coração de vidro
não é feito de diamante
nem se parece com cristal
Confuso e ingênuo
meu coração de vidro
mesmo oculto conheceu o amor
e se partiu por vontade própria

Meu coração de vidro
se jogou do sexto andar
tornou-se poeira no vento da noite..

domingo, 7 de setembro de 2014

Se eu tivesse um coração

Sinto em meu peito
os ecos de seu grito
por mais que eu tente me afastar
a força em sua voz é maior
maior do que eu
maior do que nós

Se eu tivesse um coração
iria te proteger
e te amar como nunca antes
se eu tivesse um coração
mataria por você
mataria por nós

Sinto em meus pulsos
o sangue escorrer
por mais que eu me proteja
a vontade de partir é maior
maior do que os sonhos
maior do que a fé

Se eu tivesse um coração
maior do que o medo
maior do que a sombra

Se eu tivesse um coração
eu te amaria
ainda que nos últimos minutos...

sábado, 6 de setembro de 2014

Encurralados sob cinzas...

Estou perdido
na profundeza dos olhos
de meu próprio reflexo
Este espelho todo quebrado
revela-me o que não
é possível de se ver...

(Cinzas caem em meu rosto
Histórias não são mais contadas
Não vejo uma saída no fim da rua!)
Estou perdido
correndo apressado
por essa cidade
Estas ruas imundas
não me agradam
mas me seguem...

Nada esta mudando
apesar de minhas preces
as bombas caem dos céus
sobre nossos ideais de vida
nossos pecados de mostram
claros debaixo dessa chuva
enquanto fechamos nossos olhos
quase tudo se destrói

(Cinzas caem em meu rosto
Histórias não são mais contadas
Não vejo uma saída no fim da rua!)

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Quinta

Siga-me até o fim da estrada
siga-me para o desconhecido
para aonde eu não previa
para outro lugar...
Siga-me para o quinta dimensão
siga-me até as estrelas
ou um lugar além
apenas siga-me cantando...
Siga-me agora
antes que seja tarde demais para nós
Siga-me hoje
antes que a tempestade nos alcance
Siga-me até o fim
desta maldita gravação ruim
Siga-me antes
que essa música termine
Siga-me
mesmo que nos perdamos no caminho
Siga-me
mesmo que tenhamos que voltar

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Tão só

Tão só que não me ouço
Tão só que não me encontro
Tão só que não consigo
continuar com esse filme

Tão só
que as noites
parecem eternas
no silêncio
desta vida
Tão só
que às vezes
penso que
fui esquecido
em outra dimensão
Tão só
que não tenho
forças para lutar
e a opção por desistir
parece-me aceitável

Tão só que não me vejo
Tão só que não aceito
Tão só que não consigo
aproximar-me de outros

Tão só
que os dias
parecem o mesmo
e as estrelas
já não me acompanham...

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Outras poltronas, mesmas tragédias

As horas passam...
e continuo observando minha sombra na parede
Os momentos de silêncio se intercalam com os
espasmos psicológicos de dores
Não há um só momento de positividade
minhas ações já não me fazer acrediitar
caminho por entre fantasmas
invólucros vazios de essência ou futuro...
Quando tudo isso terminará?
Minhas palavras já não fazem sentido
em meio aos sonhos com os mortos
das pessoas que passaram por mim
lembro-me apenas flashes de ocasiões

Os anos passam...
e ainda é o mesmo pensamento desde os anos 80
de que estou morrendo ainda em vida...
Mudam-se as poltronas
enquanto continuo preso em minha covardia
de alterar o rumo traçado da minha torpe vida
Enevoado o caminho a minha frente
sempre guarda o melhor e o pior para mim
Estou sobrecarregado de ilusões e falsas esperanças
Provavelmente se eu me jogar no desfiladeiro
as coisas continuarão sem sentido algum
então meus sentimentos e minhas sensibilidades
destroem-me mais um pouco hoje...  


terça-feira, 2 de setembro de 2014

Segundo dia de sombras

As amarras que me detêm são invisíveis aos olhos torpes
É preciso ter abandonado os medos para entender
As revoltas que prendo dentro de minha garganta
Não são meros caprichos de um visionário iludido

Essas falas suaves e olhares condescendentes
não irão curar as feridas
estampadas no cerne da sociedade
Suas promessas de liberdade e essa
total alienação no País das Maravilhas
lhe farão despencar do precipício mais alto

Não estamos em momento de plena aceitação
dos erros alheios como se fossem erros momentâneos
Precisamos estancar o sangue que escorre dos olhos
com medidas extremas de contenção...

Sinto-me afundando em areia movediça de mentiras
estamos nos permitindo ser destruidos
estamos nos permitindo ser derrotados

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

1º de Setembro - Sobre os Rótulos

Procuro por pessoas que não me dão sono
pessoas que querem olhar as estrelas de olhos fechados
Procuro por pessoas que
saiam de casa ao despertar com pássaros e só
retornam a ela dois dias depois para se banhar
e trocar o jeans sujo...
Procuro por pessoas que gostem de ler livros
e ler fotografias e sorrisos no escuro...
Quero sair com pessoas que não tenham relógios
e que se esquecem dos problemas do outro dia
Procuro pessoas que brindam à noite
apenas por ela existir entre os dias
Procuro aquelas pessoas que você só encontra
nos piores lugares de uma cidade
- não as pessoas ruins, mas as pessoas loucas -
Quero sair com pessoas que saibam falar
outros idiomas, mesmo que seja por embriaguez
Quero conhecer pessoas que queiram conhecer
outras pessoas e outros lugares e outras noites...
Procuro por pessoas que não procuram por mim
mesmo porque o interessante
é a surpresa que a vida nos reserva...