quinta-feira, 10 de julho de 2014

Ode ao Ódio

- Odeie-me por ser um espectro daquilo que deseja
Pois eu odiarei a cada segundo a mim mesmo
por ser incapaz de ser além do que sou -

Odiarei a cada um que me tirar os sonhos
(de cada nuvem uma sombra no gramado)
Odiarei a cada um que me tapar o sol
(de cada entardecer um abraço e um sorriso)

(Odeie-me por ser um espectro daquilo que deseja)

Odiarei a cada dia que não houver aventuras
(a cada lenta descida pela colina)
Odiarei a cada noite que não houver estrelas
(desilusões se misturam com esperanças)

- Odeie-me por ser um espectro daquilo que deseja
Pois eu me odiarei mais por ver tudo de longe
e não enxergar com os olhos abertos o bastante

Odiarei a cada um que me pedir silêncio
(mãos frias de ansiedade ao anoitecer)

(Odeie-me por ser um espectro daquilo que deseja)

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