quinta-feira, 17 de maio de 2018

Noites não dormidas (ou Sobre a dor n.01)


Ás vezes penso que as psicoses nunca irão desaparecer de tempos em tempos elas se mostram na janela ou em um espelho por mais que eu mal as recorde um fantasma surge para estragar o dia e tudo parece cinza novamente esta é uma celebração ao contrário cada momento de lembrança é menos um momento na vida imagens de outras eras passadas, outros lugares vividos, outros remédios tomados algo ficou errado neste percurso torto das belezas escondidas em olhares mal me lembro o que restou foi a confusão das noites não dormidas e dos encontros não realizados... As dores que sinto seriam a causa ou o efeito já não sei distinguir o dia da noite, das ruas não me lembro e daqueles fantasmas já não fujo compreendera si mesmo é questão de intensidade ou de reflexão das lembranças? não sou mais o que era antes e deixei que a dor me abraçasse por não saber lutar, por não ter pelo que lutar... estou errado, quebrado, aprisionado em um quarto de destroços... sem mais páginas e sem mais tintas não há palavras para se criar ou libertar não vejo nuvens nem esperanças as cores fugiram de mim como eu fujo deles não há tempo nem espaço para mim...


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