segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Oito Horas

Um sonho,
outra vida em paralelo...
Tudo começou com uma tarde de encontros e reencontros no que parecia ser a casa de uma amiga (alguém que eu não conheço em vida) amplo quintal com árvores um edicula e uma casa simples, porem espaçosa. E as pessoas foram chegando. De todos os tempos e espaços, de todos os níveis e tribos... Os grupo de amigos se relacionavam como se nos conhecêssemos há anos... Casais, irmãos, primos, trios, turmas, bandas... Ah as bandas... à principio me é vago, mas no fim pude perceber que haviam várias bandas alternativas além das 'rockeiras', e vez ou outra acontecia, assim como um happening, eles cantavam... 'performavam-se'! Os cômodos da residência se transfundiram e já não pareciam com uma casa, e sim como um locar de reunião de amigos, conversas e alegrias, músicas e fotografias... Não me lembro quem foi ela, mas alguma loura 'louca' me deu uma câmera na mão e fui o responsável pelos registros 'da festa', o que fiz a noite toda (ou quase). Por vezes me encontrava agarrado com alguém em algum lugar... Pessoas... ah as pessoas... todas elas tão estranhas e ao mesmo tempo tão familiares, pessoas que eu não conheço, presentes nesse sonho surreal. Todos eles, rockers, junkies, cults, clubbers, cada um com sua particularidade e ao mesmo tempo tão sociáveis e tão receptivos... Não havia disputas nem dogmas, não havia preconceitos nem patifarias, não havia limites para aquela noite!

Os grupos se comportavam como se aquela tarde/noite fosse o resumo de suas vidas, como se naquele dia eles nascessem e morressem... Uma garota era a dona da casa, penso que a mesma loura que me encarregou de fotografar a festa. Poucas vezes a vi, ora recostada em uma parede conversando com dois ou três, ora se beijando com um garoto... Haviam umas garotas familiares, mas que eu não reconhecia, mesmo tendo um sentimento de amizade longínquo. Haviam uns garotos interessantes, outros fortes amigos, alguns conhecidos (desconhecidos), e outros que apareceram como companhia de alguém. De todas as pessoas dessa festa o jovem casal era o que mais mexia comigo. Não sei ao certo o que representavam: ela me despertava um amor incondicional como se fôssemos almas afins (que eu penso ser a verdade) mas ao mesmo tempo ela refletia aquilo que eu era, como se fôssemos a mesma pessoa dividida em dois corpos... confuso! Já ele formava o par perfeito com ela, eram lindos juntos, completos! E por isso ele me afetou tal qual a afetava... Mais confuso ainda!..

Lembro-me de algumas outras pessoas, mas brevemente recorrentes, como uma mulher no começo da tarde, talvez a mãe de alguma garota de lá, ou ainda uma guru da roda de amigos, aparentava ser um pouco mais velha, porém se relacionava bem com todos... E ainda (talvez) a mãe da garota da casa (ou a própria dona da casa) não sei ao certo. Ainda alguns participantes da festa que surgiam e fluíam... em certos momentos, com certas atitudes e ações no decorrer da festa! Toda a 'festa' aconteceu entre uma tarde e uma noite, chegando à madrugada e com o dia quase amanhecendo eu despertei.

Lembro-me vagamente de alguns rostos, mas minha lembrança é maior quanto às essências de  cada uma das pessoas ali presente. Essas não são reflexos alternados de pessoas que conheço no mundo real, mas sim outras pessoas que conheço de um outro lugar... talvez... Sei que não as encontrarei neste mundo, nem nesta vida... mas de alguma forma as encontrarei se isso tiver que acontecer... em outra vida, outro mundo, outra viagem transcendente!

Junior Bittencourt, 16 de fevereiro de 2015

Nenhum comentário: