quarta-feira, 26 de abril de 2017

A Mesma Jornada

Nascido na tormenta de um subúrbio vazio
As longas sombras do crepúsculo me cobriam
Estrangulado pela ignorância meus gritos não ecoaram
Ninguém me ouviu chorar
Ninguém me viu chegar
Tornei-me incompreendido antes mesmo de caminhar
Sobre essa terra insólita
Atormentado, pela escuridão me criei
Desejando a morte e ignorando as vozes
Sendo criado pelas noites de pesadelos
Eu aprendi a controlar os sonhos
Mas nunca aprendi a lidar com pessoas
Sobrevivi respirando fundo debaixo d'água
Enquanto a noite seguia eu fui me firmando
Minhas raízes procuravam por conhecimentos distintos
E por madrugadas eu sobrevivi...

Os caminhos podem seguir para o perigo
Mas nada de imediato acelera meu coração
A luz da lua é a única luz visível por toda a noite
Eu tenho um pressentimento de que o dia será pior
E o dia será pior
Tornei-me imune ao perigo
Abraçando todos os medos e sangrando minha mão
Tornei-me senhor de mim
Procurando pelas respostas ocultas nas montanhas
A poesia que inalo preenche os vazios do meu ser
Cada palavra que não ouvi tornou-se minha arma
E meu único amigo desaparecia na neblina
O medo do amanhecer me fortalece a cada dia
Enquanto a luz não surge eu vivo
Nas paredes do sótão guardo os vazios das lembranças
Enquanto a luz não surge eu sou invencível...